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AS DISTINTAS FACES DA ESCASSEZ DE ÁGUA II
Marcelo Libânio - Colunista do Portal Uai, domingo, 23 de novembro de 2008
AS DISTINTAS FACES DA ESCASSEZ DE ÁGUA II
Minha primeira contribuição a este espaço em agosto de 2007 abordou alguns aspectos relacionados às perspectivas futuras de escassez de água para consumo humano. Retorno ao tema conferindo a este artigo um título com algum viés cinematográfico. Também pudera, com freqüência variável, as alterações climáticas trouxeram à cena a possibilidade das gerações futuras depararem-se com um cenário de escassez de conseqüências imprevisíveis.

Inicialmente, vale a pena destacar alguns números. Estima-se que da parcela de água doce (3% do total do volume de água do Planeta) algo como 1,2% refere-se às águas superficiais, principais corpos receptores dos despejos, tratados ou não. Regionalizando este volume, as Américas respondem por 46% e o Brasil em especial por aproximadamente 12% do volume total de águas superficiais.

Como esta disponibilidade hídrica há de permanecer constante, a batalha contra a perspectiva de escassez tem sido travada em distintas frentes. Dentre estas, destacam-se em primeiro plano as atividades destinadas à proteção às fontes de abastecimento - denominadas de mananciais -, traduzidas, salvo exceções, pelo cerceamento de acesso conforme a foto denota.

Aliada à proteção dos mananciais, tem merecido destaque entre as concessionárias de abastecimento de água dos quatro cantos do mundo a redução das perdas, divididas, por sua vez, em reais (físicas) e aparentes (não-físicas).

As perdas reais reportam-se à soma dos volumes perdidos em vazamentos - conforme mostra a foto - e eventuais transbordamentos dos reservatórios e as perdas aparentes às imprecisões na medição dos volumes e às ligações clandestinas. Levantamento realizado em 2007 em sistemas de abastecimento de Minas Gerais, abarcando 103 cidades com população de até 300 mil habitantes, apontou perdas da ordem de 33% do volume produzido. Em outras palavras, o volume total medido pelos hidrômetros foi em média 33% menor que o volume produzido pelos sistemas de abastecimento. Tais índices conflitam com países desenvolvidos, cujas perdas frequentemente apresentam-se inferiores a 15%.

A tais esforços se somam a perspectiva de reúso das águas servidas. Neste contexto, a cidade-país Cingapura destaca-se como provavelmente o exemplo mais notável, premida pela absoluta escassez de recursos hídricos. Em 2010 entra em operação a maior estação de tratamento de águas servidas da Ásia que suprirá aproximadamente 15% da população. O afluente a esta unidade advirá de uma estação de tratamento de esgotos.

Ainda restrito à mesma região e em vertente semelhante, destaca-se refinaria de petróleo do Kazaquistão, país que guarda aproximadamente 3% das reservas mundiais. Embora a extração de petróleo consuma 2,5 vezes mais água, esta refinaria construiu complexo sistema de recirculação de água cujo resultado aponta para vazão nula de efluente no corpo receptor (Mar Cáspio).

Por fim, outras tecnologias de tratamento têm sido empregadas de forma exitosa em vários países visando a ampliar o espectro das águas naturais passíveis de serem tratadas para fins de consumo humano. Dentre estas, a utilização de membranas sintéticas para efetuar a dessalinização responde por parcela significativa, quando não pela totalidade, da água consumida em diversas cidades de maior porte, como a citada Cingapura, Barcelona, Riad, Trípoli, entre outras. No Brasil, esta tecnologia ainda restringe-se às águas subterrâneas salobras em alguns pequenos sistemas da Região Nordeste e à parcela habitada do arquipélago de Fernando Noronha, nos períodos de estiagem nos quais inviabiliza-se o emprego da estrutura de captação de água de chuva.




* Marcelo Libânio é professor Associado do Departamento de Engenharia Hidráulica e Recursos Hídricos da UFMG
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