Indivíduos que têm doença isquêmica do coração devem evitar o estresse a todo custo, já que podem ter seus níveis da pressão arterial aumentados, entre outras alterações fisiológicas, o que pode gerar complicações graves, como é o caso da morte súbita. Uma série de estudos já foi realizada testando o poder da música sobre a saúde de quem sofre de doenças do coração e uma análise recém-publicada pelo respeitado sistema Cochrane de revisões concluiu que a música pode ser um grande aliado das coronárias.
Os pesquisadores revisaram os resultados de 23 estudos incluindo ao todo 1461 pacientes. Apenas dois desses estudos foram conduzidos por musicoterapeutas, enquanto nos demais estudos, os pacientes recebiam CDs pré-gravados e distribuídos pelos profissionais de saúde. Os resultados da análise revelaram que a música é capaz de reduzir a ansiedade, pressão arterial, freqüência cardíaca e respiratória e até mesmo a percepção de dor. Ainda é necessário definir se o efeito da música oferecida por um musicoterapeuta é maior do que o de CDs pré-gravados.
E por quais caminhos a música é capaz de trazer esses benefícios aos que sofrem do coração? As melhores evidências que temos até o momento apontam que a música prazerosa é capaz de ativar centros cerebrais que irão modular o sistema nervoso autônomo, promovendo com isso uma redução da atividade de nossas descargas de adrenalina e hormônios do estresse. Entre os pacientes cardíacos que são submetidos a procedimentos invasivos, como é o caso do cateterismo, a música é capaz de modular os circuitos da dor e reduzir a ansiedade associada ao procedimento. Mais uma vez, o efeito final é uma menor ativação das respostas de estresse. Entretanto, quando a música não é prazerosa, o efeito pode ser exatamente oposto.