A última pesquisa nacional CNI/Ibope indica uma ‘aprovação’ média do governo Dilma da ordem de 51%, melhorando em relação à de dois meses, que foi de 48%. Aparentemente, a propalada “faxina” (ou seria “espanada” ?) contribuiu para a melhora da percepção do eleitor. Todavia, pergunto-me, em que se baseia a crença de que o atual governo é, de fato, “bom” ? Vamos aos fatos: em oito meses caíram quatro ministros implicados em graves denúncias de malversação de dinheiros públicos. O sentimento geral é que a corrupção é generalizada e as ações para combatê-la seguem tímidas, a reboque de denúncias na imprensa. A taxa básica de juros da economia segue sendo a maior do mundo (disparado) e, mesmo assim, não dá conta de frear a inflação que já avança acima da banda superior do regime de metas sem que o governo pareça disposto a dominá-la de vez. O crescimento do PIB, que foi medíocre no período “nunca antes”, agora já é revisado para baixo. O real foi a moeda que mais se desvalorizou em face do recente desdobramento da crise européia. O Mercosul parece uma quimera. Alíquotas de impostos federais sobem para tentar conter a inundação de importados e dar uma sobrevida à indústria nacional – severamente ameaçada, e, por falar em tributação (que já é pesadíssima), o governo sonha com uma nova e impopular CPMF para financiar a Saúde, setor mal avaliado e que está, de fato, péssimo como sempre. Educação, Segurança Pública e Saneamento básico, seguem na mesma toada sem novidades que justifiquem aplausos. Com esse desolador pano de fundo, estamos prestes a sediar dois mega-eventos globais (Copa e Olimpíada), ambos com atraso nos cronogramas tanto dos estádios quanto das obras de infra-estrutura e de mobilidade urbana que seguem a passo de tartaruga. Poderia continuar, mas paro por aqui. Dito isto, indago: o governo atual é “bom”... em quê ?