Jeferson, 11 anos, vai a Aparecida e reza para os pais não brigarem mais; mãe Silvia Helena Aparecida da Silva segura foto
Com a roupa de ficar em casa e um chinelo de dedos, Jeferson, 11 anos, disse que iria se despedir de um grupo que partia em excursão para Aparecida no início da noite de sexta, em Sales.
Um beijo e um abraço na mãe, a doméstica Sílvia Helena Aparecida da Silva, 43, selaram a despedida. Mas ele não voltou para casa. Entrou por baixo do ônibus, sem que ninguém percebesse, e viajou ao lado do tanque de combustível do veículo. A viagem demorou cerca de 7 horas.
“Procuramos por toda a cidade e chegamos a pedir ajuda à Polícia Militar e ao Conselho Tutelar. Foram quase 12 horas de angústia, sem notícias”, conta a mulher, sobre o sumiço.
Coincidência ou não, logo depois de acender uma vela à Nossa Senhora Aparecida, o telefone tocou. “Alguém do hotel onde ele estava ligou para contar o que havia acontecido. Depois, ele também falou comigo. Disse que tinha ido até o altar de joelhos e iria trazer um presente bem bonito para mim.”
Mas o que motivaria a promessa? Ele mesmo disse: “Vim aqui pedir para meu pai e minha mãe pararem de brigar”, afirmou em entrevista ao Fantástico, no último domingo.
A mãe preferiu dizer que ele foi para lá para fazer pedidos sobre a escola. “Ele não gosta de brigas. Sempre diz que as outras crianças da escola não gostam dele.”
De acordo com o chefe da excursão, Valter Donizete Scotte, os 135 turistas “adotaram” o menino, oferecendo dinheiro e companhia nos passeios.
História de fé
Há cerca de três anos, Sílvia Helena Aparecida descobriu um mioma e quase se submeteu a uma cirurgia de retirada de útero. Devota da Santa que lhe empresta o nome, chamou o filho para ir ao Santuário. “Desde então, as dores sumiram e os exames se normalizaram.”
Uma vez por ano, os dois repetem a viagem para agradecer pela graça recebida. A mais recente foi no último dia 2. Agora, ela tem mais um motivo para erguer as mãos aos Céus. Seu menino está de volta.