E-mail mostra livro com fotos comprovando que a Amazônia foi internacionalizada!
Mensagem Original:
Recebida em dezembro de 2003 - texto sem correção Para ficar indignado! No dia 24/5 o jornal "Estadão" publicou sem destaque nenhum, e em três minúsculas linhas, a denúncia gravíssima de uma brasileira residente nos EUA. Os livros de geog... continuar lendo
Recebida em dezembro de 2003 - texto sem correção
Para ficar indignado!
No dia 24/5 o jornal "Estadão" publicou sem destaque nenhum, e em três minúsculas linhas, a denúncia gravíssima de uma brasileira residente nos EUA. Os livros de geografia de lá, estão mostrando o mapa do Brasil amputado, sem o Amazonas e o Pantanal. Eles estão ensinando nas escolas, que estas áreas são internacionais... ou seja, em outras palavras, eles estão preparando a opinião pública deles, para dentro de alguns anos se apoderarem de nosso território com legitimidade. Nós somos brasileiros e, no mínimo, temos de nos indignar com esta afronta. Vamos passar este e-mail para o maior número de pessoas que conhecermos, e para que eles saibam que, embora eles não noticiem o fato, nós, povo, estamos sabendo.
Pesquisas!
Mais uma história tão bem inventada que muita gente acreditou e continua acreditando. Esse boato ganhou forças em 2001 e se espalhou pelo mundo em pouco tempo. O pior de tudo é que depois de tanto tempo ainda continuamos a receber essa mensagem. Trata-se de uma história muito mais antiga do que a Internet: A internacionalização da Amazônia.
O e-mail é cheio de informações falsas, traduções errôneas, pede para ser repassada ao maior número de pessoas possível, etc...
Seria fácil de acreditarmos nesse e-mail, afinal, desde a infância escutamos essa história de que os Estados Unidos estariam interessados em "comprar" a Amazônia. Por que será?
O doutor George Felipe Dantas, mestre pela "Graduate School of Education and Human Development" da "The George Washington University," com atuações como consultor da ONU cita os seguintes fatores para que esse boato tenha sustentação:
1- a Amazônia é rica;
2- os brasileiros não teriam, supostamente, competência para administrar a região e preservá-la, nem para o Brasil, tampouco para o restante da humanidade;
3- existem países de maior capacidade de expressão do poder político/militar que o Brasil (os EUA sendo o maior deles);
4- a região amazônica já foi, inclusive, 'virtualmente separada' do território brasileiro nos tais dos mapas, (segundo a ênfase do conteúdo do boato).
Só com esses argumentos o boato já ganha força para que muitos acreditem. Além disso, tem outra coisa que não sai da cabeça da gente:
A ameaça da soberania brasileira seria motivada pelo fato de a Amazônia ser o pulmão do mundo? Afinal, sempre ouvimos que as plantas da região transformam o gás carbônico em oxigênio.
Não é bem assim! De fato, a enorme quantidade e diversidade de plantas existentes na Amazônia é de uma riqueza que não deve ser destruída. Mas, aproveitando para desmistificar mais essa lenda, o site do Projeto Ockhan há uma explicação bacana sobre esse mito de que Amazônia é o pulmão do mundo. Segundo eles, "parte do oxigênio produzido por uma árvore através da fotossíntese é consumido na obtenção de energia através de sua respiração celular. Outra parte dos carboidratos produzidos pela fotossíntese não são queimados e sim incorporados à estrutura da planta à medida que ela cresce (amido e celulose são carboidratos complexos). Em outras palavras, a planta "fixa" parte do carbono que ela remove da atmosfera... Em suma, podemos dar vários motivos para proteger as florestas, mas os níveis de oxigênio e dióxido de carbono da atmosfera não são um deles. Aliás, a própria escolha do termo "pulmão do mundo" já demonstra um certo desconhecimento de biologia. Afinal de contas, nossos pulmões absorvem oxigênio e liberam dióxido de carbono, e não o contrário."
Mas então, como foi que esse boato surgiu?
Acompanhe como surgiu esse boato:
Cronograma do Boato:
1999 - um site mantido por ex-militares das Forças Armadas criou esse mapa (talvez, como forma de protesto!), mostrando que em 1816 os Estados Unidos já estavam de olho na Amazônia. E em pouco tempo, o mapa se espalhou pela rede.
2000 - Michelle Zwede - uma professora brasileira do Brazil Center da Universidade do Texas, em Austin - resolveu, indignada, mandar um e-mail para os criadores do site para questionar a veracidade do mapa.
2000 - o mapa começou a recircular. Dessa vez, com o nome da professora anexado ilegitimamente ao texto, dando maior credibilidade ao embuste.
Maio de 2000 - O Jornal da Ciência da SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência) não tomou o cuidado de certificar a veracidade da fonte e distribuiu o texto falso para milhares de assinantes, via e-mail.
23 de maio de 2000 - O Jornal O Estado de São Paulo publicou a notícia como verdadeira, tanto na versão impressa como na digital. A partir daí, o hoax passou a anexar também o nome do jornal ao corpo da mensagem, aumentando ainda mais a veracidade do mapa. Depois que o jornal descobriu a "derrapada", tirou imediatamente a matéria do ar.
Junho de 2000 - O embaixador brasileiro nos EUA, Rubens Barbosa, e o embaixador dos EUA no Brasil, Anthony S. Harrington, desmentiram a notícia. Depois de várias investigações, o Jornal publica um pedido de desculpas.
Outubro de 2000 - O boato volta a se espalhar pela rede. Até hoje, em 2008, continuamos a receber esse maldoso hoax.
Só para encurtar um pouco essa nossa matéria, vamos direto aos pontos que denunciam a fraude:
O citado livro intitulado "Introdução à Geografia" não existe. Não encontramos em nenhum site de busca, em nenhuma livraria virtual e nem na biblioteca do Congresso Americano.
O suposto autor do livro - um tal de David Norman - não escreveu nenhum livro sobre geografia. David Norman é um paleontólogo e escreveu vários livros sobre dinossauros.
O jornalista Paulo Rebêlo afirmou em entrevista que os estudantes americanos não têm aula de geografia. Segundo o jornalista, a matéria não faz parte do currículo dos norte-americanos.
No site Novo Milênio há uma relação com os vários erros de escrita que, segundo eles, pode ter sido feito por um brasileiro, ou alguém de língua latina, que converteu o texto para o inglês.
Conclusão!
A corrente é falsa! Caso fosse verdade, nunca ficaríamos sabendo apenas pelo e-mail. As emissoras de rádio e TV noticiariam esse escândalo.