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Os vampiros da mente em ação
Alderi Rabêlo, sexta-feira, 27 de agosto de 2010
Os vampiros da mente em ação

A pessoa invejosa vive com o olho grande nas coisas alheias. Sofre, fica triste e até doente ao ver as conquistas e a felicidade dos outros.


Que atributo poderia ser dado a uma pessoa que vira a cara com um de seus melhores amigos, só porque ele conseguiu uma promoção no emprego? E quando uma relação matrimonial é palco de discórdias em razão do sucesso alcançado por um dos cônjuges? Se essas questões ainda não são suficientes para chegar a uma resposta exata, pense, então, em alguém que vive alfinetando sua colega de escola e tenta sabotá-la de todas as maneiras. Sabe o motivo? É que a estudante perseguida é aplicada, tem carisma, facilidade de comunicação e tira boas notas nas provas e nos trabalhos. Por isso, sofre todo tipo de ataque.


Existem pessoas que se corroem por dentro e até ficam doentes diante do sucesso de um amigo, de um familiar e até mesmo do cônjuge. Como se a prosperidade do outro significasse uma afronta ou ferisse os seus sentimentos. Contra esse grupo, entretanto, fica fácil precaver-se, já que a tristeza e o descontentamento pela conquista alheia são denunciados explicitamente. Há um outro perfil que também sofre com a felicidade alheia. Mas disfarça com um “sorriso amarelo”, bate nas costas e até abraça um colega como forma de parabenizá-lo pela ascensão profissional. Os reais sentimentos, contudo, são a inveja e o desgosto, suplantados pela dissimulação. Faz-se de amigo, mas tenta, de todas as formas, “puxar o tapete” de quem está à sua volta. Diz ser de confiança, mas apunhala ao menor descuido. Propaga a lealdade, mas fala mal pelas costas. Como uma cobra peçonhenta, está sempre pronto a dar o bote.


A novela Paraíso Tropical da Rede Globo de Televisão, que saiu do ar no mês passado, mostrou com muita clareza até onde uma pessoa maquiavélica e ambiciosa ao extremo pode chegar. Um dos personagens mais sórdidos, o Olavo, usou meios extremamente baixos e escusos para concretizar os seus objetivos. Maquinou contra os colegas de trabalho, os parentes, as namoradas, a mãe e o irmão. Comportamento semelhante foi encenado também pela Thaís, cujo objeto principal de seus intentos maldosos era a própria irmã, a Paula. Mas, como sempre, todos os vilões “entram pelos canos”. Com eles, não foi diferente. A mola propulsora de suas vidas – a maldade – os levou à própria ruína.


Os exemplos citados fazem parte de uma ficção. Mas, na vida real, é possível encontrar indivíduos cobiçosos ao extremo, ainda com mais facilidade. Pessoas que, de forma doentia, querem ocupar o cargo de um companheiro de trabalho. Outras desejam a casa, o carro, a mulher, a roupa e o andar do amigo. Pasmem os leitores, mas, às vezes, até o próprio jeito de falar é centro de cobiça e de noites maldormidas. Deseja tudo e mais um pouco do que o outro possui. Às vezes, até consegue, mas nunca se satisfaz. Atitudes que levam os estudiosos a afirmarem que a relação não está com a aquisição de coisas ou bens, mas, sim, com a posição que o dito-cujo pretende ostentar.


Tal comportamento tem um nome próprio. Popularmente, uns o chamam de olho gordo, mau-olhado, vampirismo, mas o título verdadeiro é inveja. O invejoso é movido por um instinto ruim e não mede conseqüências para tirar alguém de seu caminho. Tal como um pré-histórico, destrói aqueles ao seu redor, para apropriar-se de seus pertences. Há quem os compare ainda aos abutres, que vivem sobrevoando atrás de carniça. Outros os nivelam a verdadeiros cães de guarda, sempre prontos a atacar: au, au, au.


DESEJO E INVEJA


Para a psicóloga Carolina Borges Ferreira, o simples fato de alguém desejar alguma coisa não significa necessariamente inveja. Pode ser simplesmente um desejo e nada mais. “Eu posso ver uma Mercedes, achar muito bonita e desejá-la. Posso me esforçar e fazer de tudo para adquirir ou, simplesmente, ficar fascinada pelo automóvel e me conformar, por entender que as minhas condições não me permitem alcançá-la, sem, com isso, desenvolver a inveja. Já com o invejoso acontece diferente. Se ele não consegue um carro igual, mata-se por dentro”, frisa.


Outra ilustração feita por Carolina é quando um invejoso é demitido do seu trabalho. “Ele não sente a perda do compromisso da fonte de renda, mas, sim, o fato de seu colega se manter no cargo”, analisa.


A psicoterapeuta Márcia Homem de Mello diz que a inveja pode ser usada de modo positivo e servir como um auto-estímulo. No trabalho, segundo ela, pode acontecer quando alguém se espelha numa pessoa dedicada e competente para também obter crescimento. Uma bela residência, poderia ser o impulso para conquistar um imóvel igual ou melhor que o invejado. Márcia frisa que é possível ter inveja sem pensar em destruir aqueles que estão à sua volta. “Mesmo porque, não é destruindo o outro que uma pessoa conseguirá chegar no lugar dele”, destaca. Carolina Borges reafirma, no entanto, que a inveja é sempre negativa, uma vez que ninguém a desenvolve nutrindo bons pensamentos.


PROTEÇÃO CONTRA O INVEJOSO


Já que ninguém está isento de hora ou outra conviver com tal classe, qual seria, então, a forma de precaver-se contra ela? Benzer-se? Queimar incenso em casa ou no local de trabalho? Tomar banho com arruda e alecrim? Andar com trevo de quatro folhas no bolso? Com todo respeito a quem acredita no poder desses artifícios, a Ciência aponta para um caminho bem diferente. Do mesmo modo que a inveja é um mecanismo interno, assim acontece também com a proteção contra ela. É com base no autoconhecimento, segurança e auto-estima que esta força negativa é desbancada.


Uma das atitudes que o invejoso mais pratica é desdenhar, depreciar e tentar jogar no chão todo o talento de uma pessoa. Ações que, segundo a psicóloga, não terão o menor efeito sobre uma pessoa bem resolvida. “Muitas vezes, o invejoso não consegue alcançar uma determinada posição ou patrimônio e parte para a depreciação a quem conseguiu. Mas, se uma pessoa se conhece bem, tem consciência das suas aptidões, dos seus talentos e do seu caráter, por que se importar com o que o outro fala a seu respeito?”, questiona.


SÍMBOLO E DESGRAÇA


O amor é simbolizado principalmente por um coração. A paz tem como símbolo uma pomba e a vida uma criança, referências que remetem a coisas boas. Com a simbologia da inveja, entretanto, dificilmente alguém conseguirá fazer uma outra leitura que não seja o turvo, mórbido e tenebroso. A constatação decorre do fato que uma serpente jamais será símbolo de algo bom. Embora o seu veneno seja usado para produção de soro contra a própria picada, serpente sempre será serpente. Venenosa e traiçoeira, ela pode picar e matar num momento menos esperado. Exagero à parte, o invejoso também é assim. Seu veneno fervilha e pode ser espalhado tão-somente perceba o crescimento e realização de quem está à sua volta.


Aí, fica fácil entender, e nem precisa se escandalizar diante das afirmações populares que correm pelo mundo afora acerca da inveja. Uma delas, dá conta de que trata-se da  característica mais desgraçada do homem, uma vez que seu possuidor não só deseja provocar infortúnio, como provoca, sempre que pode. Ele sente raiva e tristeza pela felicidade e conquistas dos outros, especialmente aqueles que estão bem perto.


A inveja é considerada, entre outras coisas, um vício hediondo e asqueroso. A única maneira de combatê-la, segundo registros do filósofo e matemático inglês Bertrand Russel, é por meio do desenvolvimento das virtudes. “O homem que não tem virtude própria, sempre invejará a qualidade dos outros porque a alma humana se nutre do bem próprio ou do mal alheio.”.


PECADO


Matar e roubar são pecados. E ter inveja? Também. Muito mais que um pecado capital, a inveja é considerada uma grande transgressão dos princípios cristãos, uma vez que é sustentada pelo egoísmo e pela satisfação da desgraça do próximo. Além disso, o invejoso só consegue ver as bênçãos do vizinho e despreza, dessa maneira, as suas realizações.


Segundo relatos bíblicos, os fariseus foram um dos povos mais hipócritas e invejosos na época de Jesus. Eles vendiam a imagem de homens santos e íntegros. Mas as suas atitudes eram completamente contrárias. Eram lobos vestidos de cordeiro. Oravam alto, batiam no peito e apontavam os defeitos dos outros, entretanto, ocultavam, da forma mais ardil, as suas trapaças e sujeiras. Um dia, indignado com tal postura, Jesus os repreendeu e os comparou a sepulcros caiados. “Vocês são limpos e adornados por fora, mais cheios de imundícias e podridão por dentro.”, disse.


Os fariseus sentiam muita inveja, principalmente da sabedoria e carisma do Mestre. Esta foi uma das razões porque eles O perseguiram. As Sagradas Escrituras afirmam taxativamente que a inveja é uma atitude pecaminosa. Além de poder prejudicar a alma, pode causar muitos males ao corpo e à mente. Veja o alerta que o versículo 30 do capítulo 14 de Provérbios traz: “A paz de espírito dá saúde ao corpo, mas a inveja destrói como câncer.”. A Medicina chama esse mecanismo de doença psicossomática – distúrbios orgânicos determinados por fatores psíquicos.


VAMPIROS,NÃO ME MORDAM


O invejoso projeta todos os seus pensamentos para o que o outro possui e fica estagnado em si mesmo. Com isso, ele acaba sendo consumido por uma corrosão interna que sempre resulta em seu fracasso. Ele é também um grande observador. Acompanha todos os detalhes da vida alheia, mas não para admirar. O objetivo é ver a queda de quem o rodeia.


A personal trainer Miryan Fávaro conta que já foi vítima de pessoas invejosas, mas só pôde ter a consciência dessa influência negativa depois que se afastou delas. Um dos casos, envolveu uma pessoa bem próxima, cujo nome Miryan prefere não revelar. “Ela só me desestimulava. Tudo o que eu fazia era desvalorizado, não prestava. Acho até que ela sentia-se incapaz de conquistar o que eu conquistava e, por isso, tentava me jogar pra baixo.”.


Essa atitude depreciativa constante, segundo a personal, começou a gerar um cansaço e desânimo inexplicáveis. “Em seguida, as coisas passaram a não darem mais certas pra mim. Na verdade, eu me sentia como se um vampiro tivesse sugando toda a minha energia. Hoje, tenho a plena certeza que tudo não passava de uma grande inveja”.


Imaginar que a inveja está presente apenas em pessoas malsucedidas economicamente é engano. Grandes empresários, políticos e funcionários do mais alto escalão do governo também manifestam tal comportamento.


M.R.S., 32 anos, é funcionário público de uma grande empresa do governo federal. Ele tem um bom salário e curso superior. Enfim, uma boa condição socioeconômica, mas sofre quando vê um amigo conseguindo crescer. Suas conversas sempre têm um tom lamuriante e de revolta. Mesmo detentor de uma boa situação, M.R.S. chega a ponto de questionar o porquê que seus colegas conseguem as coisas na vida e ele não. Alguns amigos mais próximos chamam a sua atenção e afirmam que ele também tem motivos de sobra para agradecer. Nesse momento, o servidor público concorda e parece refletir sobre o assunto, mas, pouco tempo depois, lá está ele novamente reclamando e sendo dominado pela inveja.


A psicóloga Carolina Borges explica, ainda, que a inveja é a fixação egocêntrica de uma idéia, que pode levar uma pessoa a ficar paralisada no que o outro tem e não se disponibilizar para chegar ao objeto desejado, por sentir-se incapaz de conquistar. Dessa forma, diz a psicóloga, é possível dizer que a inveja está ligada à frustração e ao complexo de inferioridade, uma vez que o invejoso deixa de executar suas potencialidades, por ser consumido pelo desejo doentio em relação às coisas dos outros.


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