Quem é cliente do Banco do Brasil tomou um susto na semana passada. Ao conferir seu extrato de conta-corrente, seja via caixa eletrônico, seja via home banking, se deparou com mais uma “pega-ratão” armadilha para os incautos e marinheiros de primeira viagem das finanças: o crédito fácil.
O problema é que o banco teve a coragem de dizer isso, em letras garrafais, em sua própria página oficial:
Valor máximo disponível!? Hã? Como é que é!?
Quem não tem educação financeira vai cair fácil fácil nessa armadilha. Eles somam todas as opções de crédito, tudo embalado num valor só. E ainda por cima deixam esse valor em azul (no caso de quem vê o extrato via home banking, ao acessar a “minha página”), como se o “crédito todo seu” fosse um dinheiro seu…
Você deve ler crédito como sinônimo de dívida
Ter limite de crédito disponível não significa outra coisa senão a de ter limite dedívida disponível. Crédito é sinônimo de dívida. O cartão de crédito deveria, na verdade, se chamar cartão de dívida, pois as compras vão acumulando valores que, na data de vencimento, precisarão ser honrados (convenhamos, o cartão é uma “cartinha”, dado o seu diminuto tamanho…portanto, deveria se chamar “cartinha de dívida”).
Será que é coincidência o banco fazer essa mudança justamente agora no final de novembro, quando grande parte de seus correntistas começa a receber o salário junto com a última parcela do décimo-terceiro? Mas é claro que não! Tudo é feito para estimular o consumo, na sua época mais aquecida, que é o final de ano. Pior: o consumo irresponsável, que usa dinheiro emprestado do banco para ser torrado por aí, provavelmente em quinquilharias e coisas fúteis.
Usar crédito é usar dinheiro emprestado. Tome cuidado! O excesso de oferta de crédito, se tem o lado positivo de injetar liquidez e fazer circular a economia, por outro lado pode provocar problemas em família em decorrência do abuso desse serviço.
O problema de usar o crédito: você estará na ponta devedora
Quem tem crédito a oferecer não é você, mas sim o banco. Quando você usa o crédito, automaticamente você se torna devedor. Você se torna escravo do seu credor. Você fica com menos opções, uma vez que parte do dinheiro de seu próximo salário terá que ser usada para pagamento de juros. Juros ao banco. Que enriquecerão o banqueiro. E que te deixarão mais pobre. É isso que você quer? Você quer ficar cada vez mais pobre, enquanto os banqueiros, cada vez mais ricos?
E depois ainda tem gente que reclama dos lucros bilionários dos bancos…
O que fazer então?
A melhor linha de crédito tem que ser sua reserva de emergência. Líquida, disponível, e ainda geradora de juros… a seu favor.
Não caia na armadilha do crédito fácil. Lembre-se de que, até o final do ano, a indústria financeira – que não é sua amiga – se aliará com a indústria de consumo, e juntas, numa relação de simbiose promíscua, farão de tudo para te seduzir com produtos de consumo, em boa parte dos casos, supérfluos e inúteis, com o objetivo declarado de deixar você endividado. Eles querem te derrotar. Não dê o braço a torcer. Mostre a eles quem está no controle do seu próprio dinheiro.
É isso aí!
Um grande abraço, e que Deus os abençoe!