O Ministério Público abriu inquérito para apurar repasse de verba da Prefeitura de BH para o Axé Brasil. A empresa organizadora do evento recebeu 453 mil reais.
Fico pensando no seguinte: moramos em Minas Gerais, estado do pão de queijo e que possui uma cultura própria, mas que não é tão contemplada quanto a axé music (e sua subcultura ). O que há de construtivo em usar uma camiseta cheguei (chamada de abadá) e sair beijando a esmo?
Outro dia , presenciei um debate em uma faculdade de letras onde uma pessoa que se dizia muito culta , metia o pau no escritor Paulo Coelho.Logo após a argumentação da estudante , um dos participantes perguntou à paseudointelectual qual era o tipo de música que ela gostava de escutar. A estudante respondeu que era axezeira e micareteira de carteirinha . Depois, a “chicleteira” justificou-se falando que literatura não tinha nada a ver com música, que o fato de ela gostar de Machado de Assis não tinha nada ver com o seu gosto musical.
Penso eu que, criticar o escritor de “Diário de um Mago” devido ao fato de o mesmo ser pop e escutar a mais baixa das expressões musicais (rivalizando com o funk carioca) é, no mínimo , uma grande incoerência.
Espero que o caso do repasse de verba pública para a produtora do “maior evento musical de Minas Gerais” seja devidamente apurado. O dinheiro que poderia ser aplicado , por exemplo, na melhoria da nossas escolas , está sendo vertido para um evento idiotizante e que não acrescenta nada à nossa cidade. Se continuarem desviando verba pública e deixando nossas escolas com estão , nossos filhos estarão à mercê de professores de literatura “sem noção” que curtem ler “alta literatura” ao som de Ivete Sangalo.