O ministro da Educação, Fernando Haddad, disse que é “inaceitável” a taxa de analfabetismo no país ter caído apenas 0,1% entre pessoas com 15 anos ou mais em 2008, em relação a 2007, na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) divulgada nesta sexta-feira (18) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Haddad afirmou que, no próximo ano, “tem que ter” uma redução mais significativa no índice, que caiu de 10,1% para 10% neste ano.
Segundo ele, nos locais onde não há uma ação maior do programa Brasil Alfabetizado, “a questão demográfica, por si só, deveria ter tido um efeito de queda de 0,2%, 0,3%”. “No caso do Nordeste, entre brasileiros com mais de 25 anos, que é o público do Brasil Alfabetizado, caiu 0,9%”, disse. O programa é voltado para a alfabetização de jovens, adultos e idosos e se concentra primordialmente no Nordeste.
O ministro se disse preocupado com a estabilidade nos números do Sul e do Sudeste entre pessoas com 15 anos ou mais. “Pela demografia, sem nenhum esforço governamental, a taxa já deveria ter caído”, afirmou Haddad. No Sul, o índice foi de 5,5%; no Sudeste, 5,8%.
A pesquisa também registrou um aumento dos índices de analfabetismo na região Centro-Oeste (de 8,0 em 2007 para 8,2 em 2008 para aqueles com 15 anos ou mais). Segundo o ministro, o fato de a região ser uma área de “expansão agrícola” pode explicar o aumento. “Já aconteceu no Norte, por exemplo, de aumentar de um ano pra outro em função disso. Quando nós desdobramos os dados, vimos que era fluxo mesmo”, afirmou.
Educação básica
Apesar das taxas de analfabetismo, o ministro disse que considerou “excelente” o resultado da pesquisa. “Eu diria que o balanço dessa Pnad é excelente. Do ponto de vista sobretudo da educação básica, é certamente a melhor Pnad dos últimos anos.” Haddad destacou o aumento da taxa de escolarização entre crianças com 4 ou 5 anos (de 70,1% para 72,8%) e a entre jovens de 15 a 17 anos (de 82,1% para 84,1%).
“A gente rompeu pela primeira vez a barreira dos 84% de matrícula de 15 a 17 anos. A notícia realmente nos anima, porque não é só uma questão de oferta, é uma questão de demanda, de atrair a juventude”, disse.