Robôs que imitam insetos
O grupo europeu de pesquisa I-Swarm (enxames inteligentes) vem trabalhando há anos no desenvolvimento de microrrobôs capazes de atuarem em conjunto como insetos, reproduzindo o comportamento coletivo de formigas, abelhas e cupins.
[Imagem: Edqvist, et al.]
Inicialmente eles idealizaram os nanitos, microrrobôs milimétricos capazes de agir coletivamente.
A seguir, eles propuseram que seus microrrobôs, então do tamanho de uma moeda, poderiam ser utilizados para construir as primeiras obras civis na Lua, antecedendo os astronautas. Utilizando a capacidade que formigas e cupins têm para construir galerias e estruturas elevadas, os pesquisadores esperam usar os mesmos mecanismos para levantar estruturas que possam ser úteis ao ser humano - veja Formigas robóticas poderão construir casas em Marte.
Robôs-insetos
Agora eles atingiram um patamar que consideram essencial para o desenvolvimento de seus conceitos: eles finalmente conseguiram fabricar microrrobôs que se aproximam do tamanho dos insetos que planejam imitar.
A miniaturização da eletrônica está muito além do que seria necessário para a construção de robôs milimétricos. Mas um robô não tem só "cérebro." Robôs precisam de sistemas de comunicação e antenas, para se comunicarem entre si e com a central de controle, meios de locomoção, dispositivos para armazenamento de energia e, não menos importante, sensores, com os quais poderão interagir com o meio ambiente e saber se sua tarefa já foi cumprida.
A realização do que até agora era apenas conceito e projeto dependeu de uma "inovação" quase simplória - os pesquisadores substituíram as soldas, que uniam as diversas partes elétricas, eletrônicas e mecânicas do robô, por uma cola capaz de conduzir eletricidade.
Até mesmo os componentes eletrônicos são colados nas placas de circuito impresso. Em vez das placas rígidas, foi utilizada uma placa flexível com fiações nas duas faces. Depois de fixados os componentes, a placa é enrolada, criando o robô tridimensional.
O espaço é o limite
Cada robô mede menos de 4 milímetros e é movimentado por três pernas vibratórias. Uma quarta perna serve como sensor de toque.
Como o microrrobô é muito pequeno, um minúsculo painel solar montado em sua parte superior é capaz de suprir toda a energia necessária para o seu funcionamento.
O próximo passo da pesquisa é começar a produzir os microrrobôs em larga escala. "Chegou a hora desses robôs miniaturizados deixarem os laboratórios de pesquisa e encontrarem aplicações úteis," comemora o pesquisador Erik Edqvist.
Entre essas aplicações o pesquisador sugere tarefas de vigilância, microfabricação e limpeza. Além, é claro, da construção de obras na Lua ou em Marte.