Elma Eneida, jornalista que não conheço, resumiu bem um dos traços da personalidade do doutor Domingo Braile:"Como sabe tantas coisas?" Perspicaz como exige a profissão de jornalista, foi enumerando: pela inteligência, pelo raciocínio, por ler e estudar, por pesquisar.
Legal, Eneida, mas há, também, um fator chamado mistério,ligado ao carisma do Domingo. Dentro do mistério a capacidade de previsão, a visão antecipada do futuro.
O Obama se referiu ao Lula com a expressão:"Esse é o cara". Porém, não especificou que tipo de cara. Bom ou mau? Na minha opinião, Domingo é o cara. Que tipo de cara? Impossível definir pela abrangência. O Jocelino Soares contou da infância do Domingo em Nova Aliança. Ele, o Braile, é ainda um pouco aquele menino. Basta tirá-lo do sério, é "mal-criado" e briguento.
Uma multifacetada personalidade: o médico. O que todos acham do médico? O aeronauta? Dizem que é um campeão. O humanista? Perguntem aos clientes. Um pesquisador? Um homem de negócios? Um entendido em televisão?
Leiam o livro onde ele fala,"ex-cátedra", de filosofia, de economia,de sociologia, de ciência, de religião e o faz com visível humildade intelectual. Todos que já receberam os seus cuidados formam uma multidão. Sou eu um deles. Ele não anda atrás da fama. É a glória que corre atrás dele. Vou terminando para não ser prolixo. Por mais que eu diga, não seria capaz de analisar tudo que ele é. Além do mais, é um amigo leal, qualidade indispensável ao ser humano.
O Lamartine já disse do Dumas Fils:"Eu não o comparo. Eu o separo". A frase já foi dita, e eu queria encontrar algo original para dizer do Domingo Marcolino Braile. Vamos lá. Quando o garimpeiro gira a peneira rente a água, pela força centrífuga, as pedras de mais densidade vão para o fundo e para o centro. Quando ele emborca a peneira, virando-a ao contrario, o fundo vira superfície, o centro continua o mesmo. Se houver diamante, ele estará lá nocentro da roda de cascalho. Os pequenos cristais molhados, refletindo os raios do sol, oferecem um espetáculo de brilho e beleza. É como se fosse um firmamento.
Os que não entendem acham que tudo aquilo é diamante. Mas não é. Aí, o garimpeiro retira de um pequeno recipiente chamado picuá um diamante verdadeiro, um pequeno chibiu e o coloca no centro do cascalho. Ele parece incandescente. Seu brilho é tão intenso que apaga o brilho das outras pedras.
Triunfante, o garimpeiro diz:"Todas as pedras se parecem com o diamante, mas o diamante não se parece com nenhuma outra pedra". É o Domingo Marcolino Braile. Não se parece com ninguém.
Dr. Wilson Romano Calil