Depois de passar 14 meses parado devido a sérios problemas técnicos, o Grande Colisor de Hádrons (LHC, na sigla em inglês) voltou a funcionar neste ultimo fim de semana - com sucesso, já que estamos todos vivos. A máquina, que tem como objetivo recriar as condições que resultaram no Big Bang, colidiu dois feixes de partículas com sucesso na tarde da segunda-feira, 23 de novembro.
O teste foi realizado para que os operadores do equipamento pudessem observar a sincronização dos feixes de prótons, além de ser um dos primeiros experimentos com as colisões dos prótons. O LHC tem 27 quilômetros de comprimento e tem vários sensores em toda a sua extensão. Segundo foi divulgado, as colisões foram detectadas em quatro pontos do equipamento, chamados de ATLAS, CMS, ALICE E LHCb.
Rolf Heuer, diretor geral da Organização Europeia para Pesquisa Nuclear (Cern), afirma que é impressionante que a pesquisa chegou tão longe em tão pouco tempo, mas aponta que ainda é necessária muita pesquisa antes que o programa final do LHC seja colocado em prática. O objetivo final dos cientistas envolvidos no projeto é recriar as condições de energia que levaram à criação do universo há cerca de 13,7 bilhões de anos.
O bom desenvolvimento do equipamento vem em boa hora, já que os problemas técnicos que deixaram o LHC parado durante mais de um ano deixaram especialistas preocupados quanto à sua eficácia. Desde o religamento do sistema, os operadores estão circulando feixes alternadamente nas duas direções, cada um com energia de 450 gigaelétrons-volt. O tempo de vida dos feixes chegou a até 10 horas.
De acordo com a comissão europeia que comanda o funcionamento do equipamento de 10 bilhões de dólares, o próximo passo será aumentar a intensidade dos feixes de prótons e a aceleração dos feixes que passam pelo Colisor. Se tudo correr como o planejado, até o natal o LHC já deverá ter alcançado 1,2 teraelétrons-volts por feixe de prótons, e já terá fornecido informações suficientes para as calibragens do experimento.
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