O avanço da tecnologia pode estar retardando e até inviabilizando o contato entre humanos e extraterrestres. A tese - que mais parece ironia do destino - é do renomado astrônomo Frank Drake, um dos maiores "caçadores de ETs" do mundo. Segundo ele, a era digital está reduzindo os sinais de radiação que a Terra emite, tornando nosso planeta cada vez mais invisível aos aliens.
Drake expôs sua teoria nesta terça-feira, durante um encontro na Royal Society de Londres intitulado "A Detecção de Vida Extraterretre e as Consequências para a Ciência e a Sociedade". De acordo com o cientista, sinais de rádio, TV e radar que antes percorriam milhões de quilômetros pelo espaço, hoje têm sido substituídos por transmissões digitais muito mais fracas e, logo, menos detectáveis.
Enquanto nosso planeta costumava ser rodeado por uma carapaça de 50 anos luz de radiação, os satélites modernos orientam quase toda sua transmissão para a Terra, fazendo com que pouco se perca no universo. As transmissões televisivas, por exemplo, geravam cerca de 1 milhão de watts. Agora, segundo Drake, o máximo de radiação que escapa é de 2 watts. "Se isso continuar no futuro, nosso mundo ficará indetectável muito em breve".
Da mesma forma, partindo do pressuposto que os alienígenas devem ser ainda mais avançados que nós, é provável que já tenham superado há muito tempo a era de radiação. E talvez essa seja a razão que faz ser tão difícil encontrá-los. "Teremos que procurar em muito mais estrelas e em bem mais freqüências", disse Drake, fundador da organização SETI (sigla em inglês para Busca por Vida Extraterrestre Inteligente).