O tratamento para o câncer oferecido no Brasil não deixa nada a desejar em comparação com centros americanos e europeus. A afirmação de especialistas paulistanos é ratificada com a vinda do presidente do Paraguai, Fernando Lugo, a São Paulo. Diagnosticado com linfoma, um tipo de câncer que afeta o sistema imunológico, Lugo optou por se tratar no Hospital Sírio-Libanês.
O presidente paraguaio é o exemplo mais recente que demonstra a força da medicina brasileira. Antes, pacientes como a candidata à Presidência da República Dilma Rousseff já se recusaram a procurar atendimento fora do Brasil. O vice-presidente José Alencar, que já passou por 15 cirurgias por conta de um câncer na região abdominal, alterna seu tratamento com médicos do Sírio-Libanês e americanos.
Uma das principais cirurgias de Alencar, inclusive, realizada em janeiro de 2009 para a retirada de tumores e que durou mais de 17 horas, foi feita no Brasil. “Procurado pelo filho do vice-presidente, o médico de Washington se recusou a fazer a cirurgia devido ao seu alto risco e nos indicou. Realizamos o procedimento e tudo correu bem, o que significa que não ficamos devendo em nada”, diz o cirurgião oncologista Ademar Lopes, diretor de cirurgia pélvica do Hospital A.C. Camargo.
De acordo com o especialista, São Paulo é considerada centro de referência na América do Sul e dispõe dos mesmos equipamentos e drogas oferecidos nos hospitais mais modernos. Cenário que estimula a vinda de pacientes sul-americanos, angolanos e portugueses ao Brasil.
“Temos os melhores tratamentos no A.C. Camargo, no Sírio-Libanês e no Albert Einstein, por isso, não vejo a necessidade de ir para fora do país. No exterior haveria um custo mais elevado no tratamento e a dificuldade de lidar com uma língua estranha”, defende o especialista Lopes.
Para o oncologista Elias Abdo Filho, do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp), o nível de conhecimento dos especialistas brasileiros é igual ao que existe entre os médicos americanos e europeus. “Temos acesso às pesquisas clínicas ao mesmo tempo em que as drogas estão sendo desenvolvidas”, exemplifica.
Especialistas alertam, porém, que ter um consultório na capital não é sinônimo de capacidade. “Em São Paulo há a melhor medicina, mas também há a pior. O mesmo acontece nos Estados Unidos. É preciso avaliar o currículo do médico antes para não se decepcionar”, recomenda o cirurgião Lopes.
Exemplos
JOSÉ ALENCAR - O vice-presidente tem câncer na região abdominal há dez anos e se trata no Sírio-Libanês.
DILMA ROUSSEFF - A candidata à Presidência da República faz tratamento contra um linfoma no Sírio-Libanês.
HEBE CAMARGO - A apresentadora foi atendida no Albert Einstein para tratar de um câncer de peritônio.
DRICA MORAES - A atriz fez tratamento para leucemia e foi submetida a um transplante no Albert Einstein.
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