As empresas de venda online devem faturar 20 bilhões de reais neste ano, 3096 a mais do que em 2010. Para Ludovino Lopes, atual presidente da Câmara Brasileira de Comércio Eletrônico, esses números indicam que haverá maior demanda por profissionais para criar, gerir e garantir a segurança do consumidor que usa a Internet para fazer compras. Há 30 milhões de brasileiros comprando na web. “Já vivemos um apagão de gente com domínio em TI, marketing online e logística”, diz.
De acordo com Margot Nick, gerente de projetos na Kienbaum, consultoria de RH, o varejo online exige um profissional diferenciado. “A pessoa precisa ter habilidades técnicas e de comportamento. Não adianta ter visão analítica, mas ser hermética na comunicação.” Os salários ficam na faixa de R$ 10 000 para cargos de nível médio. “Postos de direção são discutidos individualmente e a faixa salarial costuma oscilar bastante de uma companhia para outra.”
O BuscaPé, site de comparação de preços, contrata 100 pessoas por ano. Lá, a preferência é recrutar jovens engenheiros de software, designers e gestores de projetos, e formá-los em casa. “Inglês fluente é obrigatório”, diz Pompeu Scola, vice-presidente de desenvolvimento operacional.
Daniel Cardoso, diretor e consultor da Trecemd, escola de treinamentos especializados em comércio eletrônico, afirma que a procura por especialização aumentou, principalmente entre profissionais de marketing e administração. “Uma das maiores exigências do mercado é para gestores de e-commerce”, diz. A disputa, segundo o consultor, fica entre os grandes varejistas e as companhias tradicionais que estão despertando agora para a importância do comércio eletrônico. O administrador de empresas paulistano Diego Cione, de 32 anos, passou por diversas organizações de telecom até chegar ao segmento têxtil. Graças a esse histórico e à constante capacitação, recentemente ele foi convidado a assumir o cargo de gerente de e-commerce da grife de lingeries Any Any. “Estou implantando a operação e tirando vários colegas, de todos os departamentos, da zona de conforto”, diz.