Por que deixar um recém-nascido indefeso viver? Isso é o que uma dupla de eticistas australianos quer saber.
Em um chocante artigo intitulado “Aborto pós-parto: Por que deixar o bebê viver?” recentemente publicado no Journal of Medical Ethics, Alberto Giubilini e Francesca Minerva defendem que uma sociedade que permite abortos também deve dar o direito de matar recém-nascidos.
Consta no resumo: “Ao mostrar que (1) tanto os fetos quanto os recém-nascidos não possuem o status moral de pessoas de verdade, (2) o fato de que ambos são pessoas em potencial é moralmente irrelevante e (3) a adoção nem sempre é do interesse das pessoas de fato, os autores argumentam em favor do que chamamos de “aborto pós-parto” (matar um recém-nascido) deve ser permitido em todos os casos em que o aborto for permitido, incluindo casos em que o recém-nascido não tiver deficiência".
Os autores estão dispostos a admitir que crianças com deficiências são capazes de ter vidas felizes, mas defendem que, devido ao fardo imposto ao resto da família, os pais devem ter o direito de tirar a vida dessas crianças. Se o teste para o direito à vida for baseado em representar um fardo aos outros, a vida de todos nós estaria sob risco em um ponto ou outro.
A questão então se torna: quão oneroso você deve ser para merecer seu assassinato?
Como enxerga o Liberty Counsel, essa posição chocante poderia motivar uma outra perspectiva ao aborto legalizado. Se nossa sociedade não está disposta a aceitar o direito de matar recém-nascidos, ou mesmo crianças maiores, por que permitimos o assassinato de bebês no ventre? O Liberty Counsel argumenta que a destruição de outro ser humano, não importando a idade, tamanho ou capacidade, nunca deve ser permitida.
“O aborto abre caminho para o infanticídio. Se você matar uma criança no ventre, mesmo logo antes do momento de nascer, então não existe razão lógica para protegê-la após o nascimento”, argumenta Mathew Staver, fundador e presidente do Liberty Counsel. “Um ser humano começa no momento da concepção, e deve ter direito a proteção em todos os estágios da sua vida. Essa é a única posição logicamente defensável. É chocante ver pessoas defendendo a matança de crianças depois que elas nascem. É simplesmente chocante”.