A partir da próxima terça-feira seis voluntários vão ser trancados por três meses em contêiners de metal em Moscou, na Rússia, em uma experiência preparatória para eventuais viagens espaciais para Marte.
Uma das preocupações das futuras missões é se certificar que os astronautas conseguem suportar longos períodos de confinamento já que, com a tecnologia de hoje, uma viagem para Marte, ida e volta, levaria cerca de 2 anos.
Cerca de seis mil voluntários de 40 países tentaram uma das seis vagas do experimento Mars 500, que paga cerca de US$ 6,5 mil (cerca de R$ 14.750) por mês a cada um.
Mas, apesar da boa remuneração, de acordo com Sergei Ryazansky, o comandante do experimento, estes três meses "não vão ser divertidos".
POUCO CONFORTO
Os voluntários vão ficar com sensores eletrônicos atrelados ao corpo todo o tempo, sem comunicação com o mundo exterior e comendo comida de bebê congelada e barras de cereais.
A experiência vai analisar as dificuldades psicológicas do isolamento prolongado.
Entre os voluntários de Rússia, Alemanha e França estão militares e pilotos de avião.
Cada um pode levar uma pequena mala com objetos pessoais, livros e DVDs, mas de forma geral, os aposentos são extremamente funcionais, sem janelas, apertados e pouco ventilados.
Os poucos objetos de conforto incluem uma TV, uma chaleira e uma geladeira.
Eles vão trabalhar dez horas por dia, conduzindo experimentos científicos e garantindo o bom funcionamento das máquinas.
PROJETO MAIOR
"Você tem que lidar com o ambiente", diz o voluntário francês Cyrille Fournier.
Os voluntários podem deixar o experimento a qualquer momento que desejem, mas vão ser desestimulados a fazê-lo, já que uma desistência pode pôr em risco o projeto.
"Todo integrante entende que a meta é chegar ao final", diz Sergei Ryazansky.
Se o projeto for bem-sucedido, no ano que vem deve ter início outra experiência similar, mas desta vez os voluntários devem ficar trancados por um tempo maior, 520 dias.
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