O apicultor Harry Vanderpool vive em uma colina no Estado de Oregon, no oeste dos EUA. Em tese, seria um bom lugar para a recepção do sinal de TV digital --antes, era utilizado para transmissão do sinal analógico--, mas ele já enfrenta dificuldades para sintonizar seus programas favoritos. Pior: prevê estar prestes a perder todos os canais a que assiste por conta da mudança de sistemas.
TV analógica descartada em uma rua de Miami, Flórida; usuários reclamam de falta de sinal, sumiço de canais e resolução ruim. (Foto)
Os entraves enfrentados por Vanderpool se alastraram por parte dos EUA e devem se aprofundar no decorrer do ano no país. Isso porque um terço das emissoras de TV de lá desligaram os sinais analógicos. Muitos fizeram o desligamento a partir da data original, 17 de fevereiro, que foi postergada pelo governo para o dia 12 de junho.
A maioria de estações que efetuou o desligamento se localiza em cidades pequenas ou áreas com populações esparsas. As emissoras localizadas em grandes cidades esperarão o dia 12 de junho.
"Quando você escuta as propagandas, é 'oh, todos vocês terão este pequeno conversor digital e estarão conectados', disse Vanderpool. "Bem, nós não temos nada. A força do sinal é zero."
Não são apenas as regiões rurais ou pequenas cidades dos EUA que estão tendo problemas com a fase de desligamento do sinal analógico, que estava no ar há quase 70 anos por lá. Dificuldades também foram verificadas em salas de aeroportos com conexão wireless e TV para celulares.
No Brasil, o chamado "switch off' está marcado para 2016. O governo, no entanto, já admitiu a possibilidade de atrasar seu cronograma. A TV digital brasileira estreou oficialmente em 2 de dezembro de 2007. Cerca de um ano depois, 0,3% da população tinha acesso ao sinal.