Com os serviços gratuitos para edição e manipulação de imagens, você pode criar uma infinidade de efeitos e até brincar de profissional
Criar montagens e colagens bacanas não é mais privilégio de magos do Adobe Photoshop. Os simples mortais, que não dominam as artimanhas do badalado programa profissional de edição de fotos, já podem tirar uma onda na manipulação de imagens digitais – em poucos cliques, sem precisar instalar nada no computador. Com a popularização das câmeras digitais e da divulgação das fotografias em redes sociais, tratar as imagens de graça na internet foi consequência quase natural. Nesta edição do Informátic@, testamos vários desses serviços e escolhemos os 15 melhores para você.
Com sites como o Photofunia é possível aplicar efeitos divertidos a imagens comuns, inserindo seu rosto, por exemplo, em outdoors, cartazes de cinema ou capas de revistas. A maior parte aposta na interface intuitiva, feita para agradar justamente a quem não entende bulhufas do assunto. Alguns, como o FaceinHole, ainda criam pequenos vídeos a partir das suas fotos, inseridas em corpos de outras pessoas. Outros, a exemplo do Pho.to, fazem uma limpa geral: tiram rugas, olhos vermelhos e dentes amarelos. Normalmente, tascam uma marca d’água no resultado final, com o nome do site. Os templates (modelos) costumam ser atualizados constantemente, para não cansar os adeptos.
AMADORES São vários os recursos disponíveis: de molduras a textos que podem ser inseridos. Contudo, esse universo é focado apenas no público amador. Os designers gráficos, acostumados aos recursos ilimitados do Photoshop, até reconhecem que a brincadeira é divertida, mas advertem que ela jamais seria usada por profissionais. “No trabalho de criação, um profissional não se limita a escolher um outro efeito ou definir onde a imagem vai aparecer. Cada detalhe é importantíssimo”, defende Vladimir Araújo, coordenador de cursos da Unir, escola de tecnologia e design de Belo Horizonte.
Para o designer Frederico Mattos, ponto legal é que os sites podem estimular novos talentos. “Eles podem servir como incentivo, para despertar a curiosidade e a criatividade das pessoas. São um empurrão, para que a pessoa procure um curso aprofundado e se torne um dia, quem sabe, mais um profissional no mercado de trabalho.”
“São mais uma opção de entretenimento na internet, longe de podermos compará-los a uma ferramenta de tratamento e edição de imagens como o Photoshop. Os recursos são muito limitados, nada muito sofisticado”, pontua Guilherme Guazzi, coordenador do curso de design gráfico da Fumec. Apesar disso, ele confessa que passou bons minutos se divertindo, colocando a própria foto em corpos de ursinhos.
Quanto ao risco de criar imagens que possam iludir as pessoas, Guazzi não se preocupa. “As limitações das alternativas de manipulação das imagens nesses sites são muito grandes e as temáticas abordadas pelas imagens são banais, sem grandes desdobramentos ou polêmicas.” O professor defende que não é preciso ser especialista para verificar a falsidade das montagens produzidas. “As imagens geradas nesses sites permitem, na verdade, o exercício da produção de humor despretensioso. São antinaturais e deliciosamente ácidas – e muito das vezes são kitshes (marcadas pelo exagero)”, define.
A proliferação de imagens nesses sites também acaba gerando outras consequências mais abrangentes, na opinião de Guazzi. “Nesse caso, acho saudável essa ‘banalização da imagem’ e a consequente desmitificação do fotografado, decorrente da democratização da manipulação e edição de imagens fotográficas, mesmo que de forma simples, como ocorre nesses endereços”, completa.
Criatividade para todos os gostos