A Revolução Francesa (1789-1799) foi a mais sangrenta de todos os tempos. Aliás, todas o são em diversos graus. Contudo, aquela durou 10 (dez!) anos e no seu longo transcurso, ocorreu uma série de práticas sádicas, animalescas e próprias de vampiros. Todos sabem que as respectivas causas foram múltiplas e já estudadas profundamente, embora muitos pesquisadores ainda a considerem um assunto aberto em diversos aspectos, não faltando até quem a considere, na sua fase final, um verdadeiro e péssimo exemplo de golpe de estado (cf. Denis Richet in Dicionário Crítico da Revolução Francesa (1989)).
De qualquer forma, ela nunca me entusiasmou, apesar de muitas pessoas acharem-na muito benéfica ao progresso humano. Não acho! Dentre as suas obsessões – a maior talvez – fosse a de liquidar, para sempre, a monarquia absolutista (“Ancien Regime”), para que servisse de lição à humanidade, mas o que ela fez realmente foi criar todas as condições para, de fato, propiciar a ascensão de Napoleão Bonaparte (1769-1821). Antes dela, e sobretudo no seu desenrolar sanguinário, divulgou-se, aos quatro ventos e com muita insistência, o refrão: Liberdade, fraternidade, igualdade, palavras bastante hipnotizadoras. Muitos caíram em sua teia! Aquela revolução pode ter sido tudo, menos fraterna! Não nos esqueçamos nunca de que em todas as revoluções predominam sobremaneira dois valores negativos: a) a total falta de generosidade; b) o fato de os revolucionários se considerarem os únicos donos da verdade e das boas intenções. Outro assunto que merece ser bem esclarecido: As fontes históricas costumam informar-nos que o ideário iluminista contribuiu muito para a eclosão daquele processo revolucionário. Não creio! Talvez a Ilustração tenha sido mal interpretada e, por conseguinte, mal utilizada.
Vários fatos nada edificantes podem e devem ser apontados a fim de comprovarem a contradição daquela revolução. Bastaria citar o processo rancorosamente manipulado por um verdadeiro tribunal de acusação (Convenção) que decapitou Luís XVI sendo este condenado à morte com apenas uma diferença de 5 (cinco) votos, cuja contagem foi uma prova de desonestidade, porque não houve maioria para a condenação! Senão, vejamos: 13 membros da Convenção não tinham o direito de votar, pois um não tinha 25 anos (nascera em 1768), outro não era francês, 8 votaram como suplentes, quando aqueles que os substituíam votaram também; finalmente Ducos, Saliocetti e Garnier que votaram depois de se terem recusado. Trata-se, portanto, de uma corrupção política, tão combatida pelos próprios revolucionários!
A palavra revolução nunca existiu no latim clássico e só veio aparecer nos textos tardios sob a forma revolutione. Em português, o prefixo re significa negação, portanto, re+evolução é tudo aquilo que se opõe à evolução. Sempre defendi a evolução porque, segundo o filósofo e matemático alemão Leibniz (1646-1716) “a natureza não dá salto”. As melhores conquistas sociais devem ser conseguidas por meios evolutivos, pacíficos, fraternos e humanitários, a fim de não sermos castigados, posteriormente, pelo remorso!
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