Cada vez mas internautas regionais aderem ao chamado jornalismo colaborativo, reportando fatos exclusivos no Orkut, Twitter, Youtube e outras redes sociais...
Dessa forma popularizada que a Internet está ficando, praticamente se fundindo ao DNA, ampliando os sentidos humanos, tornando todas as pessoas interconectadas, o plantão de notícias, ainda que sem o verniz de oficiais, já não é mais exclusividade do plim-plim ou congêneres. Por essa razão esta reportagem se vale do termo Globosfera, usado por um internauta em uma comunidade do Orkut de Ipatinga na quinta-feira (23). Globosfera foi o termo usado pelo 'reporternauta' para definir a cobertura jornalística que ele próprio estava ajudando a fazer sobre um incêndio, disparando 'microtextos' no Twitter, criando posts no Orkut e postando videos no Youtube.
Fato é que devido à Internet e ao ritmo constante de miniaturização/popularização dos aparelhos que a tornam possível, tais como modens a cabo ou 3G, celulares, notebooks, PCs domésticos e até mesmo ‘geladeiras high tech’, os pesquisadores e consultores americanos Don Peppers e Martha Rogers afirmam: "Dentro de poucos anos, é provável que seja mais fácil contar o número de vezes por dia em que estaremos desconectados do que o número de vezes em que estaremos conectados".
Esta afirmação dos pesquisadores americanos nada tem de futurística ou fantasiosa e já se aplica à realidade de muita gente no Vale do Aço e mundo afora. Estatísticas apontam que até 2013 o planeta terá 2,2 bilhões de internautas.
Com tanta gente conectada e com amplo acesso a dispositivos tecnológicos móveis, tais como celulares que já vêm de fábrica com filmadoras acopladas, na quinta-feira 23 de julho de 2009, os internautas ipatinguenses foram os primeiros a noticiar um incêndio que consumiu uma loja de vinhos em uma área nobre da cidade.
Conforme pode ser conferido na edição online do jornal VALE DO AÇO,cerca de meia hora depois que o incêndio na Empório do Vinho começou,o internauta GuilhermeRC_, escreveu em seu Twitter, de forma sucinta,objetiva, em menos de 140 caracteres:
"Acabei de presenciar uma cena de incêndio numa loja de vinho que tinhaestrutura de MADEIRA em um bairro daqui de Ipatinga-MG”.
CONECTADO VOCÊ PODE MAIS
Para noticiar ou buscar informações sobre o incêndio no bairro CidadeNobre, além de Twitter, os internautas se valeram de várias outrasplataformas virtuais disponíveis gratuitamente no universo virtual,como Orkut, FaceBook, Youtube e demais redes de compartilhamento deconteúdo digital.
Namaior comunidade do Orkut sobre Ipatinga, espaço da Internet onde setravou parte das ‘discussões virtuais’ sobre o incêndio, a coberturaonline dos internautas foi definida como “Globosfera” por um dosparticipantes, identificado como Flávio.
Embora pareça exagerada, a definição do internauta está em sintonia como preconizado pelos ‘novos tempos de tecnologia’, como sugere o slogande um recente comercial de uma operadora telefônica: “Conectado você pode mais”.
Afinal de contas, internautas locais com ou sem formação jornalísticafizeram a cobertura de um fato de interesse coletivo em tempo real, deforma bem mais ágil que a mídia tradicional. Guardadas as devidasproporções, pode-se dizer até que os internautas globais já haviamfeito algo parecido, pouco mais de um mês atrás, por ocasião da mortedo astro pop Michael Jackson.
Para quem ainda não sabe, as primeiras notícias sobre a tragédiacomeçaram a circular primeiro no Twitter, MSN e pouco tempo depois,acabaram confirmadas pelo site norte americano TMZ, ainda na tarde dequinta-feira, 25 de junho de 2009.
Mas legitimidade mesmo, ou seja, as pessoas só acreditaram mesmo que ocantor Michael Jackson havia morrido de uma parada cardíaca, depois quea notícia foi confirmada e veiculada como ‘verdadeira’ pela rede detelevisão CNN.
FURO
No caso do ‘furo’ dos internautas ipatinguenses, naturalmente, ninguémque viu a notícia na Internet duvidou da veracidade da informação. Aloja de vinhos havia sido mesmo consumida pelo fogo porque havia atégravações no Youtube que mostravam o momento exato em que as labaredascomeçaram a consumir o estabelecimento comercial.
Porém, só depois que os jornalistas das mídias tradicionais do Vale doAço, como rádios, televisões, jornais e sites de notícias começaram a‘reportar’ as apurações que fizeram ‘in loco’ sobre o incêndio,publicando as notícias em seus respectivos órgãos de imprensa, foi queo fato ganhou notoriedade e uma maior riqueza de detalhes.
Só que isso não diminui nem um pouco a importância e o poder do colaboracionismo virtual. (Hermes Quintão - editor JVA Online)