São Paulo - As câmeras digitais estão mais comuns que nunca – já são 22 milhões no Brasil, segundo a consultoria GfK. E, por isso, os fabricantes variam cada vez mais seus atributos para atender desde usuários despretensiosos, que querem mirar, clicar e descarrregar boas fotos (ou vídeos), até os que tomaram gosto pela coisa e preferem o voo solo com as máquinas na mão.
Visitantes conferem porta-retrato digital da Fine PX Real 3D V1, em estande da Fuji (foto)
Na edição 2009 da maior feira de imagem da América Latina, a Photoimage Brasil, em São Paulo, semana passada, os fabricantes apresentaram boas novidades, como a câmera da FujiFilm que traz duas objetivas e fotos (e filmes) em três dimensões; e outra da Sony, que faz fotos panorâmicas com um clique.
Mas, para quem não quer saber de inovações mirabolantes, também ficou mais fácil e seguro registrar os momentos importantes, com novos recursos que garantem cores e contraste balanceados e sem tremidos. E, para os que já tomaram gosto pelo clique digital, ficou mais tranquila a transição de suas antigas câmeras amadoras para as semiprofissionais. Além de câmeras chave terem sido inseridas no topo das franquias de entrada, com recursos mais avançados, as outras, quase profissionais, ganham menus mais simples e semelhantes aos das máquinas amadoras.
“O consumidor foi acompanhando a evolução das máquinas simples e a necessidade de fazer mais com as câmeras se impôs. Hoje, o fotógrafo amador quer comandar a velocidade e a abertura do obturador, por exemplo”, explica William Silveira, gerente de produtos da linha semiprofissional e profissional da Sony, a Alpha.
E a tendência da evolução gradual fica provada pela pouca diferença de preço entre a amadora mais cara e a semiprofissional mais em conta. No caso da Sony, a top da linha Cyber-shot é apenas R$ 300 mais barata que a Alpha mais em conta. Mas para quem está começando, as máquinas mais comuns ganharam recursos importantes.
Um deles é o reconhecimento de face, da Panasonic. “Não tem nada a ver com a detecção de face encontrada nas outras câmeras”, ressalta Alessandro Batista, analista de produto da empresa. “Aqui, a câmera reconhece uma pessoa específica e dá prioridade a ela. Nas outras, a máquina apenas diferencia o que é paisagem e o que é o rosto", explica.
CINCO TENDÊNCIAS A primeira é a resistência dos dispositivos. Todo eletrônico merece cuidado. Mas as câmeras digitais, que estão ficando mais comuns, estão se tornando mais robustas para aguentar aquele usuário mais descuidado ou aventureiro. As máquinas resistem a quedas de até 1,5m, e 10m debaixo de água.
A segunda é a resolução do vídeo capturado. A filmagem usando câmeras compactas ganha mais recursos e potência. Boa parte das máquinas apresentadas na feira já traz resolução HD (720p). Duas delas já gravam em FullHD (1080i).
Outra linha é o compartilhamento. Para quem não está nem aí para a resolução da gravação e filma para publicar no YouTube há opções, de quase todas as marcas, de câmeras que transferem as imagens direto para o site, sem precisar de programas adicionais ou conversão de formato.
Com a sedimentação do mercado de câmeras fotográficas, os fabricantes trataram de criar opções para levar ao consumidor sempre um modelo mais completo, até chegar nos semiprofissionais. Os cartões de memória também estão evoluindo e ficando mais rápidos. E se antes os fabricantes lutavam para impor um ou outro padrão de cartão de memória ao mercado, hoje o SD se destaca. Câmeras mais avançadas, reduto do compact flash, e da Sony, do memory stick, abrem espaço.