"Ouvinte de radio online quer interferir na programação"
Nair Prata, autora do livro Webradio: Novos Gêneros, Novas Formas de Interação (Ed. Insular), trabalhou por 18 anos em emissoras de rádio e dedicou seu doutorado, que resultou no livro, a rádios que transmitem online, tanto emissoras convencionais quanto as que têm programação apenas via web.
O que diferencia os ouvintes de rádio tradicional de webrádio?
Existe um novo rádio hoje que transmite até imagem, um rádio focado na internet. Mas o ouvinte ainda é muito recente para traçar um perfil. A primera webrádio, a Totem, de São Paulo, é de 1998. O que dá para perceber é que esse novo ouvinte quer mudar a programação, conversar com o locutor, interferir na programação. Esse ouvinte é aquele sujeito que já nasceu no mundo digital.
Mas o ouvinte do rádio tradicional também é assim, não?
Sim. Os dois são ainda ligados e por isso há um processo de radiomorfose (sic). Há vários modelos convivendo, do rádio tradicional, do rádio que também tem página na internet e do que nasceu unicamente na internet.
Quem faz as webrádios? Por que quiseram ter um canal de áudio na internet?
Há todo tipo de rádio, ligadas a igrejas, universidades. Em geral, tem sido uma saída importante para quem não consegue a concessão de frequências. Além de ser fácil, tem alcance mundial. E há webrádios ligadas a grupos também. Por exemplo, a mais acessada do País é a Estação Pop, ligada ao portal Pop, do sul do Brasil. A característica importante é que elas são segmentadas. Aquela figura da rádio que fala para todas as pessoas está acabando porque o rádio fala cada vez mais para públicos específicos.