Acredito que a grandeza de cada país não deve ser medida apenas pelos critérios da filosofia do ter, pois estes são limitados e nem sempre merecem o nosso respeito. Aliás, um pedagogo britânico: Prof. C. Peter Hill, em seu primoroso opúsculo “O ensino da história” recomenda uma profunda reflexão sobre a contribuição de países médios e pequenos para o patrimônio cultural da humanidade, porque, segundo ele, a melhor nem sempre se colhe nos acervos dos países ditos hegemônicos. Evidentemente, os grandes países, sobretudo aqueles rotulados de dominadores, têm uma visão destorcida do próprio valor do legado histórico geral porque são essencialmente triunfalistas e exclusivistas... Sendo assim, eu prefiro recolher pérolas edificantes nos anais daquelas nações que nos ministraram preciosas lições de progresso integral. Vale aqui deixar bem registrado que a Romênia, país de porte médio – quanto ao território e à população – mas que pode muito bem ser classificado, segundo o nosso ponto de vista, como uma autêntica potência cultural. Aqui seguem algumas referências e testemunhos em favor de minha classificação:
1ª) É um dos poucos – pouquíssimos – países de nosso desconcertante planeta que nunca fez uma guerra de conquista, pois, todos aquelas que foi obrigado a enfrentar, foram sempre guerras de defesa. Eis porque, os romenos podem encarar a história universal sem sentir remorso (que privilegio!);
2ª) Os antepassados romenos – os geto-dácios – não conheciam, nem adotaram, sob forma alguma, a escravidão, enquanto todos os seus vizinhos, considerados muitos adiantados a consideravam uma prática muito normal, bastando apontar o nome de Platão, grande filósofo grego, que não via nenhum mal nessa chaga social. Aos geto-dácios lhes era repugnante e degradante a prática adotada pelos homens que escravizavam os seus semelhantes. Para eles, o homem nasce livre e assim deve sempre viver até a morte.
Há muitos anos, venho estudando a trajetória deste povo e nele só vejo traços e rastros edificantes!
Infelizmente, a maioria das enciclopédias e dos dicionários históricos não se preocupa em registrar o processo cultural romeno como uma das melhores contribuições ao autêntico desenvolvimento da humanidade!