O presidente da Rio-2016, Carlos Arthur Nuzman, classificou ontem a conquista dos Jogos de 2016 como a "principal vitória política do esporte brasileiro" e fez questão de lembrar que venceu pela segunda vez "um presidente dos EUA".
Com o triunfo ontem, em Copenhague, o dirigente se aproxima ainda mais de Lula e rivaliza com o presidente da CBF, Ricardo Teixeira, na disputa pelo posto de principal dirigente do esporte nacional.
Os dois conseguiram os principais eventos das suas confederações para o país (a Copa do Mundo e a Olimpíada) e aspiram chegar ao poder nas suas entidades internacionais.
Nuzmam era um dos mais eufóricos após o anúncio oficial do resultado da eleição do COI (Comitê Olímpico Internacional) e comemorou a vitória durante toda a noite de ontem.
"Foi a maior aventura que o esporte brasileiro fez", disse.
"Foi a maior vitória política do esporte brasileiro e da América do Sul. Nada foi tão difícil, mas conseguimos. Ganhamos de países importantes, EUA, Espanha e Japão", completou o dirigente, logo após deixar o salão do Bella Center, palco da eleição da sede olímpica.
Nuzman deixou o salão principal do centro de convenções liderando a delegação brasileira. Ao lado do presidente Lula e do escritor Paulo Coelho, ele puxou a cantoria. Todas passaram pela área reservada aos jornalistas cantando "Cidade Maravilhosa", música que foi repetida várias vezes pela delegação brasileira.
Antes de fazer a apresentação final, o grupo havia cantado o hino informal da cidade.
A vitória sobre Chicago teve um sabor especial para o também presidente do COB (Comitê Olímpico Brasileiro). "Eu tenho esse grande trunfo de ganhar do presidente [George W.] Bush e do [Barack] Obama. Venci duas vezes os presidentes dos EUA. Dá para fazer um quadro", afirmou Nuzman.
Em 2002, o Rio derrotou San Antonio, cidade do Texas, estado que é dominado pela família Bush, na disputa para realizar o Pan de 2007. Agora, o Rio ganhou de Chicago, cidade que é base eleitoral de Obama.
O presidente Lula fez questão de agradecer a Nuzman pela vitória carioca. Ele elogiou o trabalho do presidente da Rio-2016 várias vezes e disse que a emoção da vitória na Dinamarca era inesquecível.
O ministro do Esporte, Orlando Silva, fez coro ao presidente. "O Nuzman fez muito bem o trabalho dele. Agora, vai ter uma grande tarefa na carreira, que é organizar os Jogos de 2016, e pode desejar o que quiser depois disso", disse o ministro, referindo-se a uma suposta candidatura de Nuzman ao COI depois dos Jogos.
Na festa realizada na noite de ontem, em Copenhague, o ministro deu o fictício "troféu Fidel Castro" para Nuzman após o dirigente interromper a música e discursar por cerca de dez minutos dentro do salão principal do Hotel SKT Petri.
No discurso, ele agradeceu a todos os envolvidos na candidatura e a Lula. "Nada disso seria possível sem o presidente", afirmou, acrescentando que Lula trabalha no projeto do país "por dois anos", desde o fim do Pan-07.