Blogar usando 140 caracteres ou menos não parece ser algo que canse muito os dedos na digitação ou que desgaste muito o teclado. Mas o pesquisador Adam Wilson queria maior comodidade na sua microblogagem e inventou uma interface cérebro-Twitter que permite que os posts sejam feitos usando apenas o pensamento.
A mensagem que marcou a estreia da interface cérebro-Twitter tinha apenas 23 letras: using EEG to send tweet (usando eletroencefalograma para twitar).
Ferramenta para deficientes
O significado da demonstração, contudo, vai além: ela ilustra uma nova forma por meio da qual pessoas imobilizadas podem usar interfaces relativamente simples para se conectar com o mundo exterior.
O objetivo de Wilson não era fazer propaganda da já famosa ferramenta de microblogagem. Ele é parte de um grupo de pesquisadores da Universidade de Wisconsin, nos Estados Unidos, que trabalha para aperfeiçoar sistemas de comunicações para pacientes hospitalizados e para pessoas com deficiências físicas, mas cujos cérebros funcionam bem.
Entre os alvos dessas novas tecnologias estão pessoas que sofrem de esclerose amiotrófica lateral, vítimas de derrames ou de danos na medula espinhal.
Interface cerebral
Eletrodos instalados em uma espécie de capacete flexível detectam os sinais elétricos do cérebro e os transformam em ações físicas, como mover o cursor na tela do computador.
As diversas letras do alfabeto são mostradas na tela, como se fossem um teclado. "Cada uma delas pisca individualmente," explica o Dr. Justin Williams, orientador da pesquisa. "E o que o seu cérebro faz é, se você está olhando para o R na tela e todas as outras letras estão piscando, nada acontece. Mas quando o R pisca, sua atividade cerebral muda porque há uma alteração em algo que você está prestando atenção."
Essa alteração momentânea no cérebro é entendida pelo sistema como o seu desejo de selecionar a letra R. E assim por diante, até completar a mensagem.