Eis aqui uma pergunta difícil de responder, sobretudo por mim, responsável por esta página, porque, ultimamente, venho lendo muito Artur Schopenhauer (1788-1860), teórico exacerbado do pessimismo. Quem cultiva o pessimismo não tem o direito de passar este vírus do espírito aos demais. Espero que os meus leitores sejam todos otimistas e que o meu posicionamento psicológico seja um exemplo completamente isolado.
Infelizmente, volta e meia, os meios de comunicação se encarregam de divulgar algumas atitudes de uns responsáveis pela distribuição da justiça, no Brasil, que não são nada edificantes. Felizmente, são ocorrências esporádicas e isoladas que não chegam a comprometer totalmente o próprio poder judiciário do qual fazem parte muitos magistrados que honram as togas que vestem. Conheci e conheço muitos deles. Mas, além disso, existem outros aspectos que não são lá muito louváveis: a morosidade na aplicação da justiça, por exemplo: Trata-se, ao lado de outras lacunas, de um mal endêmico. Diante de algumas constatações, não vejo como corrigi-la e, para espanto de todos os que me lêem, vou-lhes informar a seguinte matéria: na qualidade de baiano – modéstia à parte – sei que o Tribunal de Justiça da Bahia é o mais antigo das Américas, pois com o nome de Tribunal da Relação foi instalado, em Salvador, no remoto 7 de março de 1609, o que vale dizer: completou este ano 4 (quatro) séculos de vida. Pasmem, agora, os senhores: Ao longo desses séculos, ele nunca conseguiu resolver o problema de vacância nas suas comarcas!!! O que vale dizer, muitas delas ficam ou ficaram sem a presença de juízes!
Se, no caso da Bahia, não se resolveu o problema que acabamos de registrar, quando será que vamos resolver, o nosso crônico problema da morosidade na distribuição da justiça (?!!!) Este fenômeno, ao que tudo parece, infelizmente atinge todo o país. Quando iremos resolvê-lo?
O Brasil já foi cognominado de País do Futuro (Stefan Zweig), País dos Contrastes (Roger Bastide), Os dois Brasis (Jacques Lambert), Brasil, Pátria do Evangelho (Humberto de Campos).
Diante de tantos epítetos, eu ouso também lançar o meu: Brasil, país de tantos e tantos problemas crônicos ainda não resolvidos e consentidos pela maioria dos brasileiros! Que os anjos não digam amém!