Rio de Janeiro - O povo brasileiro espera uma vida melhor nos próximos cinco anos. O otimismo é tanto que fez do país líder mundial em expectativa de felicidade. É o que mostra pesquisa da Fundação Getulio Vargas (FGV) divulgada hoje (2).
Os estudo foi realizado com 150 mil pessoas em 132 países. Para tanto, a FGV utilizou o banco de dados do Gallup World Poll. Na pesquisa, por meio de entrevistas, as pessoas pontuaram entre zero e dez a satisfação esperada para daqui a cinco anos.
A nota média da população brasileira para "felicidade futura" foi 8,78 - a maior entre os países pesquisados. Logo em seguida está a Venezuela (8,52) e a Dinamarca (8,51). Realizada entre os jovens, a pesquisa mostra também que os brasileiros são os mais otimistas.
O estudante do ensino médio, Ramon Xavier, 17 anos, está entre os que acreditam em uma vida melhor. O carioca, que começou a trabalhar com carteira há dois meses, ganha cerca de um salário mínimo. E diz que vai mais que dobrar a renda nos próximos anos.
"Vou continuar fazendo os meus cursos para no futuro ingressar no mercado de trabalho. Já sou muito feliz agora, mas daqui a cinco anos posso ser ainda mais feliz", garantiu.
Segundo o economista responsável pelo estudo, Marcelo Neri, vários indicadores sociais de educação e emprego, por exemplo, melhoraram nos últimos anos, criando uma boa sensação na população e contribuindo para uma boa avaliação de futuro.
"Claro que tem a ver com o espírito do brasileiro, com dados culturais, mas é algo que faz pensar", disse. "O futuro está chegando de maneira mais sustentável, por meio do mercado de trabalho e da educação", avaliou.
Neri citou que a renda do jovem, por exemplo, cresceu nos últimos quatro anos a uma taxa de 10,5%, anualmente. E comentou que no ano de 2007, 91% das vagas de emprego formal foram preenchidas por pessoas entre 15 e 29 anos - jovens.
Ainda ao avaliar o bom resultado atribuído à "felicidade futura" pela população brasileira, Neri alertou para a carência de mais investimentos em educação de qualidade. E utilizou uma famosa fábula de La Fontaine.
"O brasileiro está mais para cigarra do que para formiga. A cigarra é um ser individualista e otimista em relação ao futuro e a formiga é um ser trabalhador e coletivo. Corremos um risco [de ser cigarra] se o país não fizer o dever de casa e não investir no futuro."
Em relação à felicidade no momento presente, a pesquisa da FGV aponta os dinamarqueses como o povo mais satisfeito, à frente da Finlândia e Holanda. Nesse ranking, o Brasil ocupa o 22° lugar.
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