Os Estados Unidos revelaram um "superlaser", batizado "NIF", e apresentado como o mais potente do mundo, capaz de reproduzir o calor e a pressão de uma estrela, na Califórnia.
O National Ignition Facility (NIF, instalação nacional de ignição) é principalmente destinado a avaliar a confiabilidade e a estabilidade do arsenal nuclear americano, mas os cientistas acreditam que também pode facilitar descobertas no domínio da fusão de hidrogênio, promissores para o meio ambiente.
"Inventamos o maior sistema de laser do mundo", comemorou o governador da Califórnia, Arnold Schwarzenegger, em uma cerimônia realizada nesta sexta-feira (29) da qual participaram milhares de pessoas, incluindo funcionários do governo federal.
"Podemos criar estrelas aqui na Terra. E imagino a decepção de meus amigos em Hollywood quando souberem que o que mostram na telona é obsoleto. Temos aqui o verdadeiro truque", acrescentou o ex-ator.
O NIF, que fica no laboratório Lawrence Livermore, a quase uma hora de São Francisco, pode convergir 192 raios laser para um mesmo ponto, reproduzindo as temperaturas e a pressão do núcleo de uma estrela ou de um planeta gigante.
Os equipamentos do laser, conectados a uma esfera do tamanho de uma casa, poderão recriar um meio ambiente e realizar experimentos inéditos na Terra, segundo o laboratório.
"O sucesso do NIF será uma descoberta científica histórica; a primeira combustão por fusão dentro de um laboratório, reproduzindo na Terra o processo que aciona as estrelas", destacou o diretor do programa, Edward Moses.
A construção do laser começou em 1997 e foi financiada pela Administração Nacional de Segurança Nuclear (NNSA, na sigla em inglês).
Segundo o diretor deste organismo, Tom d'Agostino, o laser contribuirá com os esforços destinados a manter ativa a força de dissuasão nuclear dos Estados Unidos, sem fazer testes.
"O laboratório que abriga este laser é o único lugar no mundo capaz de fornecer algumas das técnicas mais importantes para manter sem risco a viabilidade do arsenal nuclear do país", afirmou.
Os cientistas dizem ainda que este superlaser viabilizará avanços importantes nas áreas de astronomia e astrofísica, ao recriar as condições existentes nas supernovas, os buracos negros e até no núcleo dos planetas gigantes.