Existem descrições – escritas ou orais – tão perfeitas que o leitor (ou ouvinte) tem a impressão nítida e completa de que se encontra diante da matéria descrita ou narrada. Encontramo-nos perante o milagre da palavra bem ajustada ao que ela pretende descrever. Dos retratos falados que a História Universal vem guardando, talvez nenhum supere o perfeitíssimo perfil traçado por Públio Lêntulus, amigo intimo de Poncio Pilatos – e Procônsul na Galiléia.
Quem foi o retratado?
– Nada mais, nada menos, do que Jesus, aquele que marcou e vem marcando a história ocidental, inclusive por ter implantado uma nova era: antes de Cristo e depois dele!
Esse retrato foi enviado ao Imperador romano Tibério César, em virtude deste ter interpelado o Senado Romano acerca de Jesus, de que tanto lhe falavam. O retrato é perfeito:
“Eis aqui, enfim, a resposta que com tanta ansiedade esperáveis.
Ultimamente, apareceu na Judéia um homem de estranho poder, cujo verdadeiro nome é Jesus, mas a quem o povo chama ‘O Grande Profeta’ e seus discípulos ‘FILHO DE DEUS’.
Diariamente, contam-se dele grandes prodígios: dá saúde aos mortos, cura enfermidades, e traz assombrada toda a Jerusalém com a sua extraordinária doutrina.
È um homem alto e de majestosa aparência; sua face, ao mesmo tempo severa e doce, inspira respeito e amor a quem a vê. Seu cabelo é cor de vinho, e desce ondulado sobre os ombros, dividido ao meio, ao estilo nazareno. Sua fronte é pura e altiva; tem a cútis rosada e límpida; a boca e o nariz são perfeitos; a barba é abundante e da mesma cor do cabelo; os olhos azuis, plácidos e brilhantes; as mãos finas e compridas; os braços de uma graça encantadora. É grave, comedido e sóbrio em seus discursos. Repreendendo e condenando, é terrível; instruído e exortado, sua palavra é doce e acariciadora. Ninguém o viu rir, mas muitos o tem visto chorar. Caminha com os pés descalços, e a cabeça descoberta. Vendo-o a distância, há quem o deprecie, mas estando em sua presença, não há quem não estremeça com profundo respeito.
Quantos se acercam dele afirmam terem recebido enormes benefícios, mas há quem o acuse de ser um perigo para Vossa Majestade, porque publicamente afirma que os Reis e os Escravos são todos iguais perante as leis que regem o Universo.”
Este retrato falado testemunha muito bem o fenômeno que envolve a vida de Jesus Cristo:
1º) Sua fama havia chegada até a longínqua e frívola Capital do império romano;
2º) O Imperador, por meio de seu representante consular, fôra bem informado sobre aquela pessoa extraordinária que, naquele momento, magnetizava a população da remota província romana.
Percebe-se, claramente, a simpatia do redator da carta pelo retratado. Mas, como bom “olheiro”, terminou chamando a atenção do destinatário para a ameaça do próprio império. Com outras palavras: Cristo seria uma espécie de subversivo daquela época. Por isto mesmo, acredito que aquela informação sucinta foi – sem querer – o primeiro passo para a sua crucifixão!
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