País diz que 'não quer interferência nas práticas internas'.
Bloqueio a serviços atrapalha atuação de empresas, dizem EUA.
A China defendeu na quinta-feira (20) seu direito de censurar a internet, alegando a necessidade de "proteger o público" depois que os Estados Unidos pressionaram o país asiático a explicar suas restrições a empresas norte-americanas.
Os Estados Unidos querem saber porque o "Great Firewall of China" ("Grande Muralha Digital da China", um projeto de censura e vigilância administrado pelo Ministério de Segurança Pública chinês) impede tantas empresas norte-americanas de oferecerem serviços via internet, segundo uma carta obtida na quarta-feira (19), outro indício da crescente tensão comercial entre as duas maiores economias do mundo.
A porta-voz do Ministério de Relações Exteriores, Jiang Yu, disse que a China incentivava ativamente o desenvolvimento da internet e protegia a liberdade de expressão on-line.
"Ao mesmo tempo, em termos da administração legal da internet na China, o propósito é manter um bom ambiente de internet e proteger o interesse público", disse Jiang a jornalistas. "Isso está de acordo com as práticas internacionalmente aceitas".
"Estamos dispostos a trabalhar com países para promover o desenvolvimento sólido da internet", afirmou. "Mas não aceitamos usar a desculpa de "liberdade de internet" para interferir nas práticas internas de outros países".
Ela acrescentou que empresas estrangeiras eram bem-vindas para fazer negócios na China, um país com mais de 450 milhões de usuários da internet e que exerce controle rígido sobre a rede no país.
A China proíbe diversos sites, inclusive o Facebook, Twitter e YouTube, temendo que o livre compartilhamento de imagens e informações gere instabilidade social e prejudique a segurança nacional.