Circula nos meios eletrônicos a informação de que atua nas regiões de sombra dos fundos de pensão uma poderosa organização informal, coesa, de mãos dadas, perfeitamente administrada, que impõe uma mordaça invisível em todas as instituições envolvidas com os direitos dos aposentados, objetivando evitar a veiculação de informações capazes de fortalecer os recursos da classe junto aos tribunais.
Concedamos que tal procedimento não se configure um crime de lesa-ancianidade, mesmo porque e uma vez que, neste país, o cidadão idoso, ao que parece, não pode mais ser sujeito de direitos. Ou, então, ouçamos, calados, a voz da mídia, se cujo apoio e complacência vierem traduzidos na insinuação maliciosa de que tudo não passa de mais uma teoria da conspiração.
Será? Decididamente, sabe-se que os poderes não gostam dos aposentados, a não ser quando se trata de seus próprios membros, claro, que ninguém lá tem propensão para a autofagia. Mas o fato é que a informação sobre a Confraria explica o silêncio da PREVI, cativa do sistema de rejeição aos direitos dos assistidos, aqueles velhinhos trambiqueiros do Sasseron.
Para justificar medidas anti-previdenciárias, a grande imprensa já diz que o governo gasta mais com os aposentados que com os jovens. Não há porque comparar tais custos. São grupos com necessidades e extensões completamente diferentes. Um governo que se preze deve gastar o que cada segmento precisa, em lugar de permitir que a corrupção nacional atinja a absurda cifra de R$ 85 bilhões, devidamente calculada e apartada como despesa indispensável para a tranquilidade nacional. Só que essa tranquilidade nacional não contempla a maioria e nem os que fundaram e sustentaram, por longos anos, as entidades privadas criadas para o fim específico de complementar as merrecas pagas pelas instituições públicas. Mas os articuladores dessa política perversa certamente acreditam que essa situação tem como se estender por muito tempo, sem enfrentar uma reação crescente e cada vez mais forte da parte prejudicada e inconformada.
É poder demais para enfrentar, é verdade! No entanto, a notícia começa a pipocar por aí, acordando os desassistidos de outros fundos de pensão. Antes que isso vire uma guerra de proporções inimagináveis, pede-se encarecidamente a nossos supremos governantes que relaxem um pouco essa antipatia pelos abengalados, compreendam melhor os exageros dessa política injusta e façam alguma coisa para atenuar a angústia desses cidadãos que trabalharam honestamente, por longos anos ajudando a produzir as riquezas nacionais, caindo agora em situação financeira cada vez mais complicada.
Ninguém quer briga. Ninguém deseja confusão. Tudo que se pretende é que o Estado consiga, pelo menos, reduzir as agruras dos desativados – ao chegar a hora de receber o retorno de seus investimentos –, em lugar de permitir que os agentes públicos fiquem se organizando em estruturas silenciosas e invisíveis, se, dessa forma, mais se assemelharem a quadrilhas a serviço do crime que a organizações respeitáveis – que de fato são e devem ser – trabalhando nobremente pela paz crescente e duradoura entre governantes e governados, contribuídos e contribuintes, privilegiados e miseráveis.