A versão em inglês da Wikipédia, enciclopédia colaborativa on-line, voltou ao ar às 3h (horário de Brasília, meia-noite no horário de Washington, EUA) desta quinta-feira, depois de completar 24h fora de serviço em protesto contra os projetos de lei antipirataria SOPA e PIPA que estão em discussão no Congresso dos Estados Unidos.
O protesto contou com a adesão de mais de dez mil endereços no mundo todo contra os projetos e parece der dado frutos. Houve 'belcaute' também no Brasil, porém pequeno. Internautas de outros países também participaram. Diante do protesto global, alguns parlamentares decidiram retirar o apoio a essas polêmicas propostas.
Segundo a agência Reuters, alguns senadores desistiram dos projetos. Entre eles os republicanos Roy Blunt, Grassley Chuck, Orrin Hatch, John Boozman e Marco Rubio. Alguns deles culparam o líder da maioria no Senado, Harry Reid, por apressar a aprovação do projeto de lei no Senado. Na Câmara, 2 deputados voltaram atrás ainda na terça.
Já o provedores de conteúdo, que são a favor das medidas antipirataria, como Hollywood e a indústria fonográfica, agora estão lutando para reconquistar a opinião pública e apoio oficial após a mobilização virtual.
O Creative America, um grupo que representa estúdios de cinema no combate a pirataria, lançou uma campanha publicitária na TV que deve ir ao ar nas regiões onde estão os legisladores chave para a aprovação dos projetos. Na Times Square, mensagens digitais a favor do SOPA e do PIPA foram veiculadas durante o dia em um espaço provido pela News Corp, dona da FoxStudios.
Wikipédia agradece o apoio dos internautas
Ao voltar ao ar, a Wikipédia exibiu um comunicado na página inicial agradecendo aos internautas pelo apoio: "Obrigado por proteger Wikipedia. (Nós não terminamos ainda.)".
Entre as as gigantes da internet, apenas Google, Wikipedia e Wordpress se manifestaram publicamente. O Google colocou um link em sua página inicial, já as duas últimas retiraram seus sites do ar.
Já o Facebook, de Mark Zuckemberg não aderiu ao “apagão”, mas seu fundador expressou na rede social sua opinião sobre os projetos.
- A internet é a ferramenta mais poderosa que temos para criar um mundo mais aberto e conectado. Não podemos deixar que as leis pouco pensadas fiquem no caminho do desenvolvimento da internet. Facebook se opõe ao SOPA e ao PIPA e continuaremos a nos opor a todas as leis que irão prejudicar a internet.
O que dizem os projetos SOPA e PIPA
O Stop Online Piracy Act (SOPA) é um projeto de lei com regras mais rígidas contra a pirataria digital nos EUA. Ele prevê o bloqueio no país, por meio de sites de busca, por exemplo, a determinado site acusado de infringir direitos autorais. O foco está principalmente em sites estrangeiros, contra os quais as empresas americanas pouco podem agir. No Senado, circula o Protect IP Act, conhecido como PIPA (ato para proteção do IP), outro projeto sobre direitos autorais que mira a internet.
Ambos são apoiados por empresas de entretenimento, constantes alvos de pirataria, mas são questionados por companhias de internet, como Google, Facebook , Amazon, e Twitter, que interpretam as medidas como um tipo de censura aos sites e à liberdade de expressão. O SOPA ainda está sendo avaliado por comissão na Câmara; a PIPA deve ir à votação no Senado ainda neste mês.