O Brasil firmou sua posição internacional: vai na contramão do mundo, como economia em crescimento, e já não tem tanta necessidade de vender seu modelo, disse o chanceler Antônio Patriota, ao explicar por que a presidente Dilma Rousseff rejeitou o convite para o Fórum Econômico Mundial.
Países vêm a Davos em busca de credibilidade, segundo o ministro. Pergunta: isso explica a presença do secretário do Tesouro americano, Timothy Geithner, e a ausência do ministro Guido Mantega? 'Eu estou aqui e a secretária Hilary Clinton não está', respondeu o ministro. A conta não bate: o governo americano foi representado por dois funcionários de alto escalão. Além de Geithner, veio o principal negociador comercial dos Estados Unidos, Ron Kirk, responsável por uma das funções desempenhadas no Brasil pelo Itamaraty.
A China, segunda maior economia do mundo, mandou, como de costume, um batalhão de funcionários, empresários e professores e diretores de várias universidades. Na maior parte, são fluentes em inglês, ao contrário de vários ministros brasileiros.
A Televisão Central da China reuniu num programa de debates o executivo principal da Nasdaq, Robert Greifield, o presidente da Universidade Yale, Richard Levin, o diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), Pascal Lamy, e o empresário John Zhao, diretor do fundo chinês de investimentos Hony Capital. O âncora do programa, Rui Chenggang, conduziu a discussão com leveza, muita competência em assuntos econômicos e um inglês de causar inveja aos melhores apresentadores americanos.
Outros países em busca de reconhecimento, como Cingapura, Indonésia, México e Japão, foram representados por chefes de governo, autoridades de alto escalão ou professores de universidades importantes e dirigentes de grandes instituições financeiras e de empresas donas de marcas líderes no mercado internacional. A presença de executivos japoneses, americanos, chineses, russos e de várias outras nacionalidades é comum nas centenas de painéis e mesas de debates em Davos.
A participação de europeus ocidentais - políticos, empresários, acadêmicos - é sempre muito grande, mas esses, pelo critério do governo brasileiro, vêm a Davos porque estão em crise e precisando de ajuda. Isso deve explicar o comparecimento da chanceler Angela Merkel, do primeiro-ministro David Cameron e dos ministros de Economia e Finanças Wolfgang Schäuble e François Baroin, por exemplo, além de uma porção de outros.
Do lado empresarial, o Brasil foi representado por um grupo pequeno e mais ou menos constante de executivos - minúsculo, para a sexta economia do mundo - e por dirigentes da Petrobrás, frequentadores veteranos de Davos, e de entidades estatais, como a Apex. Uma das poucas novidades foi a presença do Bradesco. O Itaú é representado há muitos anos, assim como a Embraer e algumas companhias com interesse no mercado global.
Apesar de tudo, o chanceler brasileiro tem tido uma agenda animada, com muitos encontros bilaterais e participação em alguns painéis - um deles na companhia do secretário-geral da ONU, Ban Ki-Moon. A pauta bilateral incluiu, entre outros compromissos, conversas com Peña Nieto, candidato à Presidência do México, e com o secretário do Desenvolvimento do Reino Unido, Andrew Mitchel. Hoje, deve participar de um almoço organizado pela Apex, a agência governamental de promoção de exportações e de investimentos.
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