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Medicina e Saúde
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Idosos: Brasil não está preparado para cuidar da população com mais de 60 anos
Reportagem: Maria Neves, quinta-feira, 27 de junho de 2013
Idosos: Brasil não está preparado para cuidar da população com mais de 60 anos

Acostumado a ser o “País do futuro”, o Brasil não se preparou para cuidar dos idosos. Das 156 faculdades de medicina brasileiras, apenas sete têm curso de geriatria. Mas, com o envelhecimento acelerado da população, a formação de profissionais é apenas um dos aspectos relacionados às novas demandas à saúde. Confira o terceiro capítulo da Reportagem Especial sobre os idosos.


Chegar à terceira idade em boas condições de saúde ou conseguir tratamento para os males típicos desta fase da vida representa uma das principais preocupações de idosos do mundo inteiro. No Brasil, há um dado preocupante – 36,5% das pessoas com mais de 50 anos apresentam algum tipo de incapacidade funcional ou dificuldade para realizar tarefas simples, como atravessar a rua ou subir escadas.


No mundo, 46% das pessoas apresentam alguma limitação física após os 60 anos, de acordo com o estudo Envelhecimento no Século XXI, da Organização das Nações Unidas, ONU. As principais explicações para o problema, conforme o estudo, são os baixos níveis de renda e, principalmente, de escolaridade.


No mundo inteiro, independentemente do nível de desenvolvimento do país, não mudam muito os principais problemas de saúde enfrentados por quem já passou dos 60. Conforme o estudo da ONU, doenças cardíacas, derrame e comprometimento pulmonar crônico são as principais causas de morte. Já as limitações físicas decorrem principalmente de diminuição da visão e da audição, demência e osteoartrites.


Nas regiões em desenvolvimento, no entanto, os idosos perdem cinco vezes mais anos de vida devido a doenças pulmonares crônicas e duas vezes mais por infarto que nos países desenvolvidos. Idosos de países pobres também têm incidência três vezes maior de problemas visuais.


Com o envelhecimento acelerado da população, principalmente nos países em desenvolvimento, os desafios para o sistema de saúde são imensos. De acordo com a coordenadora de Saúde do Idoso do Ministério da Saúde, Cristina Hoffmann, o governo tem algumas iniciativas para atender aos idosos. Ela cita, como exemplos, o programa de prevenção de quedas, discussão sobre sexualidade e osteoporose.


Cristina Hoffmann também destaca o programa de distribuição de medicamentos e de fraudas geriátricas pelo poder público.


“Outra questão importante é a disponibilidade de medicamentos pela farmácia popular, por exemplo, como para doenças crônicas, como diabetes e hipertensão, a disponibilidade de fraudas geriátricas na rede de saúde pública, onde o governo arca com 90% dos custos.”


Mas a gestora reconhece a dimensão dos desafios.


“Essa mudança se deu de forma muito rápida no Brasil, em especial. Então, as políticas públicas, de um modo geral, precisam correr para que realmente atendam no que lhes cabe um melhor cuidado, uma melhor ambiência, uma melhor condição de vida para população idosa.”


Um dos problemas sérios do envelhecimento em todo o mundo, a demência já atinge mais de 1 milhão de pessoas no Brasil. E tende a aumentar nos próximos anos, como destaca o geriatra e professor da Escola de Medicina da Universidade de São Paulo, Paulo Camiz.


O número de casos de Alzheimer vai dobrar nos próximos nos, nos próximos dez, 20 anos, dobrar ou triplicar, dependendo da estatística que a gente vê, e a população não está preparada para lidar com isso, muito menos para tentar atuar de uma forma preventiva.


Segundo a coordenadora do Estudo Longitudinal das Condições de Saúde e Bem-Estar da População Idosa (Elsi/Brasil), a médica e pesquisadora Maria Fernanda Lima, não há uma política de cuidados para idosos, e a carência de profissionais qualificados é muito grande. Para ela, seria fundamental investir na formação de cuidadores.


O coordenador da Frente Parlamentar em Defesa do Idoso, deputado Vítor Paulo, do PRB fluminense, afirma que uma das prioridades da frente é justamente o projeto de lei que institui a profissão de cuidador, que está em análise na Câmara.


“Se nós conseguirmos aprovar esse projeto que venha a criar a função de agente cuidador do idoso, do agente social, que existe também o agente social, mas para o idoso, melhorar o atendimento nos postos de saúde, nos hospitais, porque muitos médicos, infelizmente, não têm especialização em geriatria.”


Mas, como afirma o ditado, prevenir é sempre melhor que remediar. O coordenador do Centro de Estudos do Envelhecimento da Unifesp, Fernando Bignardi, que acompanha um grupo de 1,7 mil idosos há 20 anos, garante que o comprometimento funcional na velhice decorre do estilo de vida.


O geriatra e pesquisador relata um ensaio clínico realizado pelo Centro de Envelhecimento da Unifesp com 140 idosos da periferia de São Paulo em que a única intervenção foi iniciar o grupo na prática da meditação. Segundo Bignardi, o resultado foi surpreendente.


“Nesse grupo, nesse ensaio clínico, entre 50% e 60% das pessoas que tinham doenças crônicas, como hipertensão arterial, diabetes, depressão, deixaram de apresentar essas patologias após dois ou três meses de meditação diária, duas vezes ao dia.”


Bignardi atribui o sucesso à mudança de atitude desse grupo diante da vida. Para ele, ao meditar, o ser humano entra em contato com outras dimensões da existência, como os próprios desejos. A partir daí, conforme afirma, muda de atitude mental e, como consequência, de postura física e ganha vitalidade.


Já o médico Paulo Camiz ressalta que não há milagre. E não dá para fugir da receita que inclui atividade física regular, alimentação saudável e controle das doenças. Mas também não descarta o aspecto emocional, decorrente do tempo dedicado aos amigos e à família.


Exemplo de que o envelhecimento com qualidade de vida é possível, a aposentada Oraide Capelatto, de 91 anos, não quer nem saber de parar. No ano passado, começou uma pós-graduação e continua trabalhando diariamente.


“Olha, segunda, quarta e sexta eu estou aqui na escola mais ou menos às 7h15 da manhã, eu chego por volta das 7h, das 7h15, até as 6h30 ou 7h. Nas terças e quintas, eu estou em casa e, além dos meus afazeres de mãe, de dona de casa, eu tenho alunos lá. Tenho alunos de piano, alunos de flauta e uma aluna de vilão.”


Mas, nem mesmo com a rotina mais saudável é possível evitar todos os problemas de saúde, principalmente na idade mais avançada. Hoje o atendimento no Sistema Único de Saúde já não atende à demanda, como relata o aposentado Luiz Ernesto Costa Barbosa Gomes, de 76 anos.


“Os idosos não estão conseguindo saúde em hipótese alguma. Eu não posso pagar um seguro de saúde. Eu vou para o hospital, marquei agora um exame de próstata no Hospital de Base no mês passado, pro mês de setembro. Você acredita isso? Para o dia 4 de setembro.”


Embora nos últimos doze anos a participação dos beneficiários com mais de 80 anos tenha subido cinco pontos percentuais nos seguros de saúde, essa não é uma alternativa para todos. Para pessoas acima de 60 anos, os planos são seis vezes mais caros que para quem tem até 17 anos. No caso de planos anteriores a 2004, ano de entrada em vigor do Estatuto do Idoso, a diferença pode ser ainda maior, como explica a gerente-geral econômico-financeira e atuarial dos produtos da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), Rosana Neves.


“O Estatuto do Idoso passou a vigorar a partir de 1º de janeiro de 2004. Então, somente a partir desta data os reajustes a partir dos 60 anos são vedados. Qualquer contratação realizada antes desta data, ela tem regras distintas que podem ser verificadas no site da agência.”


Por isso, de acordo com Rosana Neves, há mais problemas com esses planos mais antigos. Mas, de acordo com a representante da ANS, menos de 2% das reclamações que chegam à agência hoje estão relacionadas a reajustes para idosos.


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