Os londrinos reservam espaços nas ruas para falar ao celular, os parisienses conversam no meio da calçada e os madrilenos emprestam seus telefones para os amigos.

Os londrinos preferem áreas reservadas para falar ao celular

A relação dos habitantes dessas três cidades européias com seus celulares em locais públicos foi analisada por pesquisadores da Universidade de Surrey, na Inglaterra.

Apesar de algumas diferenças, o estudo descobriu uma característica em comum: todos amam os seus celulares.

"Você não consegue viver em uma cidade moderna sem um aparelho", disse Amparo Lasen, que liderou a pesquisa.

TELEFONE

Segundo a pesquisadora, os habitantes das três cidades gostam de manter uma relação muito próxima com os seus celulares.

"As pessoas têm uma relação física com o aparelho, e cada vez mais seguram o celular mesmo quando não o estão usando."

"Como um rosário, o celular tem a função de manter a mente ocupada. As pessoas seguram seus aparelhos porque elas se sentem bem ao tocar em um objeto familiar", disse ela.

De acordo com a pesquisa, em Paris e em Madri as pessoas não se importam em falar ao celular no meio da rua. Já em Londres, as pessoas preferem criar uma área reservada para suas conversas.

Londrinos e parisienses também se mostraram mais relutantes em usar seus celulares quando estão acompanhados de outras pessoas. Mas os madrilenos querem sempre estar disponíveis para conversas.

"Os espanhóis não gostam de deixar uma ligação ser direcionada para a caixa postal. Eles consideram isso grosseiro e atendem o telefone mesmo quando estão no meio de uma reunião, só para pedir que a pessoa ligue mais tarde", disse Amparo.

O estudo ainda mostra que, quando uma pessoa esquece o celular em casa, ela normalmente volta para pegá-lo, mesmo se está atrasada, porque não consegue passar um dia todo sem o aparelho.

"Há muitas semelhanças entre usuários de celulares nessas três cidades, mesmo existindo diferenças sociais e culturais", disse Bill Thomson, especialista em tecnologia.

Segundo ele, o estudo mostra que telefones celulares podem ter um papel importante na aproximação de culturas diferentes na Europa.