O risco de contaminação por vírus e recebimento de spams em celulares deve aumentar nos próximos anos, segundo um relatório de um instituto de tecnologia dos Estados Unidos.
O relatório anual do Instituto de Tecnologia de Informação e Centro de Segurança da Geórgia identificou os telefones celulares como uma plataforma particularmente vulnerável a estas ameaças.
Segundo o documento, chamado Emerging Cyber Threats, à medida que mais pessoas usam aparelhos mais sofisticados, cada vez mais aplicativos que permitem operações financeiras e pagamentos pelo telefone vão estar disponíveis para os usuários. Estes dados devem atrair os criminosos.
Especialistas em segurança sugerem que os riscos atualmente são pequenos, mas que os ataques contra celulares, no futuro, vão ocorrer da mesma forma do que os ataques contra computadores atualmente.
A proteção ao usuário final, como programas anti-vírus, ainda não está bem desenvolvida, portanto a questão está sendo levada para as operadoras.
O INÍCIO
"As pessoas deviam começar a ter a mesma cautela com seus celulares que têm com seus computadores pensar duas vezes antes de baixar algum arquivo anexo recebido de algum desconhecido, checar a própria conta regularmente e garantir que sua conexão de Bluetooth não está ligada de forma a mostrar seu telefone", afirmou.
O crescimento de spam e vírus de celulares lembra os primeiros dias dos spams para computadores, segundo Simeon Coney, da Adaptive Mobile, uma empresa que fornece programas de segurança para companhias de telefonia celular.
Segundo Coney, as operadoras de rede de telefonia celular recebem 100 mil informações de ocorrência de vírus por dia, cerca de 50% a mais do que em 2007. Mas os usuários não são infectados, em parte devido ao fato de que os vírus de celular ainda não são muito sofisticados.
"Assim como os primeiros vírus para computadores vinham como descansos de tela, nos celulares eles costumavam aparecer como arquivos executáveis. Ninguém estava enviando arquivos executáveis, então era fácil detectar e bloquear", afirmou Coney.
"Mas, nos últimos quatro meses, a maioria dos vírus que vemos são de um novo tipo, ou disfarçados de arquivo de MP3, um arquivo com uma figura ou um arquivo de mídia."
RAPIDEZ
Até o momento, a segurança de celulares está nas mãos das operadoras, que assumiram uma postura ativa para garantir a segurança dos usuários.
Mas o relatório sugere que será necessária a cooperação entre operadoras, fabricantes de telefones e desenvolvedores de aplicativos.
O documento elogia sistemas de código aberto para celulares, como o Android, da Google, que facilitará o desenvolvimento de sistemas de segurança mais robustos.
"Com o desenvolvimento rápido do campo de comunicações móveis, esta é uma ótima oportunidade para desenvolver a segurança deste sistema de modo devido, uma oportunidade que perdemos com os PCs", afirma o relatório.
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