Um dos maiores intérpretes de sambas-enredo do país, José Bispo Clementino dos Santos, o Jamelão, morreu às 4h deste sábado, na Casa de Saúde Pinheiro Machado, no Rio de Janeiro, aos 95 anos.
Jamelão estava internado desde quarta-feira na Clínica Pinheiro Guimarães, no bairro de Laranjeiras, com infecção renal. O corpo será velado na quadra da Estação Primeira da Mangueira, escola de samba que tinha em Jamelão um dos seus maiores símbolos. O enterro acontece neste domingo, às 11h, no Cemitério São João Batista.
Polêmico, folclórico, mas acima de tudo talentoso, Jamelão se recusava a ser chamado de puxador de samba, como eram conhecidos os cantores das escolas de samba cariocas. O intérprete, como o cantor gostava de ser chamado, foi inúmeras vezes aclamado como melhor cantor de samba do Rio de Janeiro, tendo ajudado a Mangueira a conquistar campeonatos no carnaval carioca.
Jamelão nasceu no bairro de São Cristóvão e depois se mudou com os pais para o Engenho Novo, onde passou a maior parte de sua juventude. Começou a trabalhar para ajudar a sustentar a família com sua irmã e mais dois irmãos, pois seu pai havia se separado de sua mãe. Trabalhou numa fábrica de borracha também no Engenho Novo, e ali começou a sair na noite e a ter contato com a música num lugar chamado "Eldorado" aonde começou a a cantar.
Foi "corista" de Francisco Alves e numa noite tomou o lugar do cantor já famoso para defender a canção de Herivelto Martins. Sua primeira gravadora foi a Odeon. Em 1960, lançou várias músicas de sua autoria e de sua mulher Ferreira Santos, tendo em "Fechei a porta" um dos seus primeiros sucessos. Regravou samba-canção de Ari Barroso, "Folha morta", e acabou fazendo um novo disco a pedido de Braguinha. Com Lupicínio Rodrigues gravou dois discos, principalmente com a música "Nunca".
Antes de virar intérprete, foi compositor da Mangueira na década de 1950. Três músicas em especial eram para Jamelão os melhores samba-enredos da escola de samba, "Cântico a Natureza", "o mundo encantado de Monteiro Lobato" e "Caymi mostra ao mundo o que a Magueira tem".
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