São Paulo, 04 (AE) - A história é mais do que conhecida. A pessoa compra um celular, toda empolgada com suas várias funções. Na hora em que vai usá-las, porém, descobre simplesmente que não pode. Por causa "disso e daquilo", a operadora achou melhor "castrar" o aparelho. Frustrante. Pois alguns bons samaritanos, revoltados com a situação, descobriram diferentes maneiras de desbloquear esses telefones móveis - e publicaram os tutoriais na internet.
Em São Paulo, a Vivo ganhou uma péssima fama por aplicar uma camisa-de-força nos celulares, que não podiam usar Bluetooth (transmissão de dados sem fio) para trocar arquivos entre si. Seus clientes também ficavam impedidos de instalar um simples papel de parede diferente ou o toque que quisessem - a única opção era baixá-los da loja virtual da empresa, o Vivo Downloads, pagando, claro, por isso.
Depois de ser massacrada pela opinião pública, a empresa voltou atrás e, desde o início do ano, passou a vender dispositivos 100% destravados - coisa que as suas rivais já faziam há tempos. Como muita gente com planos da Vivo ainda não trocou de aparelho, existem duas opções para resolver o problema das limitações. A primeira é procurar uma assistência técnica e solicitar o desbloqueio, que alguns fabricantes fazem de graça enquanto outros, cobram.
A segunda alternativa está em vasculhar a internet em busca de um passo-a-passo e fazer isso em casa mesmo, conectando o seu celular ao computador. O consultor Halex Amorim, de 32 anos, escolheu este caminho quando tentou receber uma música por Bluetooth e não conseguiu. "A gente vira refém da operadora", diz. "Se eu compro um aparelho, quero usar todas as suas funcionalidades." Amorim achou a solução para o problema em uma lista de discussão do Yahoo.
O caminho mais fácil para quem deseja "fazer Justiça com as próprias mãos" está nas comunidades do Orkut. Resta, no entanto, fazer um alerta. Os procedimentos alteram configurações do celular e, se você fizer alguma bobagem, pode danificar o sistema do telefone. Aí, somente uma assistência técnica vai conseguir botá-lo de novo para funcionar. Além disso, alguns dos softwares usados nesses tutoriais são distribuídos ilegalmente na web. Pense bem antes de se arriscar.
Para encontrar o caminho das pedras, entre no Orkut e procure pelas comunidades com o nome do fabricante e o modelo do aparelho. Logo na descrição do grupo "Motorola Razr V3C Vivo", por exemplo, há o link para um arquivo como o passo-a-passo para desbloquear o dispositivo. A mesma coisa ocorre na comunidade "Nokia 6275 - Oficial". É só ter um pouco de paciência e seguir as instruções, conectando o celular ao PC por um cabo USB.
Procurada pela reportagem, a Vivo justificou o bloqueio nos celulares como uma maneira de proteger os direitos autorais do conteúdo comercializado pela loja virtual. Segundo a operadora, os telefones com tecnologia CDMA permitiam que arquivos protegidos fossem enviados para outras pessoas - o que seria pirataria. A empresa não explica, porém, por que telefones CDMA começaram a ser vendidos desbloqueados este ano. No GSM, o problema não existe.
EXISTEM TELEFONES QUE FUNCIONAM COM QUALQUER OPERADORA
Foi-se o tempo em que você só podia comprar um celular com tecnologia GSM em uma loja com o logotipo da operadora. Embora nem todo mundo saiba, há algum tempo já dá para encontrar telefones desbloqueados, que funcionam com o chip de qualquer empresa. Várias lojas virtuais vendem aparelhos desse tipo. A operadora Oi pegou carona nessa onda e agora só comercializa dispositivos destravados.O que ninguém conta é que os celulares desbloqueados são mais caros.
As operadoras que restringem o uso de outros chips costumam dar descontos nos aparelhos. Essa limitação vale por um período, geralmente de um ano. Vencido o prazo, o cliente pode pedir para que o telefone seja "libertado". Alguns, mais corajosos, dão um jeito nisso sozinhos. "O último que eu desbloqueei foi na semana passada (retrasada)", diz o estudante Cesar Manzione, de 22 anos. O procedimento, no entanto, é complicado.
fonte:http://br.tecnologia.yahoo.com/noticias/
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