Evidentemente estamos diante de um conceito muito relativo, ou melhor, restritivo, pois se refere, neste caso, apenas à igualdade social, com todas as suas implicações jurídicas e sociais.
Na natureza é impossível pensar-se na igualdade universal porque tudo nela se apóia na diferenciação, o que implica, portanto, na manifesta desigualdade.
O homem um ser essencialmente político e, por conseguinte, social e concriador, pode sonhar com a igualdade social como sublime exercício do otimismo, porque ele é detentor do livre arbítrio, podendo, portanto aspirar ao melhor, mesmo que as suas idéias estejam apoiadas em sedutoras utopias. Aliás, o conceito de igualdade social, no Ocidente, vem de muito longe, tendo atingido o seu apogeu nos dias turbulentos da Revolução Francesa (1789-1799) com a insistente divulgação do "slogan": Liberté, Fraternité, Egalité. Não nos esqueçamos de que pelo menos no que se refere à Fraternidade jamais este ideal foi posto em prática durante aquela sangrenta revolução. De lá para cá, as comunidades humanas têm pretendido pôr na ordem do dia o último referente deste trinômio, isto é, a Igualdade, embora com escassos resultados, pois a igualdade social só se alcança com o indispensável aperfeiçoamento global da sociedade - em sentido horizontal e vertical - e tal objetivo só se consegue por estas duas vias: a revolução ou a evolução. As diversas experiências revolucionárias em nosso Planeta têm realizado muito pouco neste sentido.
Quanto à evolução, ela não depende de nossa vontade - e só se consegue com o lento passar do tempo - e será dificilmente avaliada porque, segundo a opinião de alguns estudiosos espiritualistas, "determinadas idéias e propósitos para serem postos em prática necessitam geralmente de séculos ou até mesmo de um milênio". Contudo, devemos insistir para que se obtenha o advento de tão nobre ideal! Prof. Dr. Ático Vilas-Boas da Mota (Escritor. Historiador. Folclorista)