As fraudes virtuais que vão desde o roubo de identidade para obtenção de benefícios financeiros até lavagem de dinheiro são cada vez mais comuns entre terroristas.
Nos últimos meses, usuários ligados a ações terroristas estiveram envolvidos no roubo do número de cartões de crédito pela web, lavagem de dinheiro no mundo virtual e também seqüestro de páginas virtuais.
De acordo com o jornal "USA Today", o número de sites explicitamente ligados ao terrorismo foi de dezenas, em 1997, para cerca de 4,3 mil no ano passado.
Durante diversos anos, grupos como a Al Qaeda usaram a web para comunicar-se, recrutar pessoas e fazer propaganda. Agora, diz a publicação, eles migraram para outras áreas, utilizando e-mails e sites fraudulentos para realizar ataques virtuais e obter vantagens financeira com os internautas.
Imam Samudra, preso por um ataque à bomba que matou 202 pessoas em Bali, na Indonésia, é um exemplo dessa interação entre o terrorismo e a internet.
Em sua autobiografia "Hacking, Why Not?" [Hacking, por que não?], ele conta que dava instruções, via salas de bate-papo, sobre lavagem de dinheiro e fraudes de cartão de crédito. Evidências coletadas em seu laptop mostram que o criminoso tentou financiar o ataque utilizando dinheiro obtido com golpes virtuais.
Outro exemplo dado pelo jornal é o de um palestino ligado a grupos terroristas do Oriente Médio que colocou na web diversos números roubados de cartões de crédito. Ele também ensinava outros internautas a roubar bancos de dados e outros dados pessoais em sites norte-americanos.
Segundo especialistas, a web tornou-se uma alternativa muito utilizada, pois dificulta a identificação dos criminosos. "É um paradoxo: esses grupos que criticam a tecnologia e valores ocidentais tiram benefício dela para espalhar suas mensagens", disse Gabriel Weinmann, um professor de Israel que estudo o cyberterrorismo, segundo o "USA Today".
O Departamento de Justiça dos Estados Unidos identificou diversas vulnerabilidades na internet e trabalha com outras autoridades para desenvolver políticas de segurança. Eles comparam a luta contra terroristas que agem no universo virtual com a guerra contra traficantes de droga que fazem lavagem de dinheiro.
"A tecnologia fica cada vez mais avançada, assim como acontece com aqueles que a usam para praticar atividades ilegais", disse à publicação Dexter Ingram, diretor de segurança da informação da Business Software Alliance. "A segurança é um processo contínuo, que nunca tem fim", afirmou ao jornal.
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