A lógica, a história e a prática ensinam-nos que os melhores governantes do mundo são - e sempre foram - aqueles que governam os seus países pensando, sobretudo, no bem comum dos seus governados. Daí não haver oportunidade para o egoísmo, o capricho, o egocentrismo, os interesses mesquinhos e escusos. Existe, portanto, a profunda diferença entre os bons e os maus governantes.
A imposição do horário de verão na maior parte do Brasil, não faz muito tempo, comporta algumas reflexões, urgentes e muito necessárias. Em primeiro lugar, foi uma infeliz imposição de cima para baixo, ou seja, do Governo Central (leia-se Federal) que não se dignou em consultar as vítimas, isto é, a maioria do nosso povo.
A imprensa nacional divulgou, com certa insistência que se tratava de uma medida benéfica aos cofres públicos, traduzida pela redução expressiva do consumo de energia elétrica. Mas a explicação, segundo o meu despretensioso raciocínio, não foi muito feliz.
Vou tentar dar as minhas razões, pedindo-lhes desculpas pelo excesso de clarividência e talvez de imaginação: o homem, onde ele estiver, é sempre um ser racional e submetido às poderosas forças do costume, aquilo que os romanos chamavam de consuetudo, uma espécie de segunda natureza e, seguindo a minha linha de raciocínio, cada comunidade tem seus hábitos que vêm vindo de geração em geração, em tudo por tudo, sobretudo na obediência ao horário de dormir, acordar, alimentar-se, tomar remédio, fazer vista etc. Enfim, desfrutar também de alguma espécie de lazer sob a forma de hobby no horário costumeiro, Ora, o famigerado horário de verão mandou tudo isso para as cucuias. Todos aqueles hábitos foram violentados, tudo em nome de uma duvidosa economia financeira (?). E onde fica o bem estar físico e psicológico de cada um dos cidadãos?
Apesar da habitual explicação de economistas e / ou dos assessores governamentais, sou muito mais tentado a apresentar a minha temerária explicação: Todos nós sabemos muito bem que existem vários tipos de marketing (= mercadologia) político, marketing industrial, marketing comercial e até marketing religioso. Não teria algum "marqueteiro" político convencido ao respectivo governante nos seguintes termos: "Excelência, a implantação do horário de verão teria uma esplêndida repercussão na psicologia coletiva brasileira. Todos dirão aos seus botões: Puxa vida! Como o nosso Governo Federal é poderoso, pois ele consegue até mudar as coisas de Deus, ou seja, aquelas da natureza com as quais sempre estivemos acostumados! Mas, os economistas insistem em reafirmar: Foi apenas uma simples medida de economia!... Mas, com tantos danos para o corpo e o espírito da maioria dos brasileiros, será que tudo isso vale a pena? Não se trataria, por conseguinte, de uma simples economia de alfinetes se forem levados em conta os inúmeros prejuízos e transtornos para uma parte do nosso povo? Maldito seja aquele que teve a idéia de implantar, no Brasil, um horário tão desconfortável!!!