Brasília - O agravamento da crise financeira mundial traz prejuízos para muitos, mas também cria oportunidades de crescimento para vários setores da economia. A conclusão é de levantamento feito por uma empresa de consultoria do Rio de Janeiro, segundo o qual seis dos dez melhores oportunidades para investir em 2009 estão relacionados à situação econômica atual.
Segundo o estudo, o líder do ranking é o setor de manutenção e reparos em geral, que no ano passado nem aparecia na lista. De acordo com Antônio César Carvalho, diretor da Acomp Consultoria e Treinamento e especialista em gestão de empresas, a restrição ao crédito e a incerteza da manutenção dos empregos foram fatores fundamentais para que esse tipo de negócio aparecesse em primeiro lugar.
"Hoje vivemos uma realidade bem diferente da do ano passado, quando as pessoas preferiam trocar, por exemplo, um aparelho de ar condicionado a consertar uma peça que estivesse com defeito, porque seria possível financiá-la em 20 ou 30 vezes", afirmou Carvalho. Hoje, no entanto, com mais dificuldade de acesso ao crédito e medo de perder o emprego, a população prefere consertar os aparelhos e evita contrair novas dívidas, porque não sabe se poderá honrá-las, acrescentou.
De acordo com o estudo, vêm se destacando no atual cenário econômico, áreas como a de tecnologia da informação, puxada pela necessidade das empresas de otimizar a produção e reduzir custos. Também aparecem com bom desempenho as lojas de conveniência, já que a prioridade passa a ser de compras pequenas, conforme as necessidades vão surgindo, ao invés de compras em grandes redes para fazer estoque de produtos em casa e o setor de marketing industrial, influenciado pela necessidade das companhias de aumentar o escoamento de seus produtos.
O turismo interno é outro setor com bons resultados, já que as viagens internas são mais baratas e podem ser pagas em moeda nacional assim com o de netbooks (computadores portáteis menores e menos potentes do que os notebooks), que têm custo menor do que equipamentos similares.
Antônio César Carvalho disse que esse panorama foi verificado no Rio de Janeiro, mas ressaltou que as oportunidades se aplicam a praticamente todo país, principalmente aos grandes centros de consumo, que têm características econômicas equivalentes. Ele destacou, no entanto, que, diferentemente de outras regiões, os efeitos da crise podem ter demorado um pouco mais a serem percebidos na capital fluminense.
"A pesquisa foi feita especificamente no Rio, mas essa é uma realidade que pode facilmente ser reproduzida em outros locais. A diferença que enxergamos na capital fluminense é o momento em que a crise passa a ser sentida com mais força. Por aqui, a parceria entre os governos federal, estadual e municipal, além da grande quantidade de aposentados e de funcionários públicos e do forte apelo turístico, especialmente nesse início de ano ajudaram a postergar um pouco os impactos da crise", afirmou.
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