"Fiz uma conta gratuita, em um provedor qualquer, e respondi quatro ou cinco spams. A quantidade de mensagens triplicou. Não se deve mesmo respondê-las" (Luiz Carlos Rubino, webdesigner)
Diante da ameaça de spammers inventivos e capazes de maquiar os códigos maliciosos em missivas eletrônicas cada vez mais verossímeis, o olho vivo de usuários espertos faz toda a diferença. O maior risco dos spams está em e-mails que instalam malwares nos computadores, com o objetivo de roubar dados, prática conhecida como phishing. Assim, os hard users, aqueles que passam o dia todo conectados à internet, checando e-mails frequentemente, desenvolvem estratégias particulares para driblar a ação dos mal-intencionados na rede.
Os provedores de e-mail (gMail, Yahoo, Hotmail) desenvolvem filtros que prometem cada vez mais eficácia no combate ao spam, enquanto os programas leitores (como o Outlook Express e Thunderbird) também se munem de armas contra a enxurrada de mensagens indesejadas. Normalmente, os e-mails não solicitados vão parar automaticamente em pasta voltada a essa finalidade: ficam banidos sob o rótulo Spam. Tanto os servidores quanto os programas oferecem opções fáceis para reverter a situação, caso o sistema tenha se equivocado e enviado para a pasta execrada uma mensagem importante.
"Fico pensando mesmo é nas pessoas que não sabem muito sobre essas %u2018armadilhas%u2019, gente que recebe e-mail falso e abre, espalhando vírus no computador. Nós que trabalhamos o dia todo com computador começamos a ter mais maldade com esse tipo de coisa", diz Frederico Teixeira, designer de produtos. Diante do notebook a maior parte do tempo, ele deleta 30 spams por dia, da caixa de e-mails profissionais.
São mensagens de toda ordem, como ele cita: "É impressionante a quantidade de e-mails do tipo %u2018o seu pedido chegou%u2019, ou propagandas diversas recebemos até mensagens em inglês e francês, além daquelas bem irritantes sobre remédios para impotência e similares! Esses dão nos nervos mesmo", desabafa. Mesmo com toda a facilidade para bater o olho nesse tipo de e-mail e já identificar os mal-intencionados, às vezes os spammers são tão espertos que conseguem deixar o designer de produtos na dúvida.
Como todo hard user que se preza, ele se rende ao oráculo mais badalado da rede, para checar se a mensagem procede ou não. "Da última vez em que quase caí em uma dessas armadilhas, tive uma sacada boa. Peguei o suposto conteúdo e joguei no Google. Daí, quando páginas de fóruns apareceram na lista da procura, vi as pessoas comentando sobre o tal vírus. O bom é que essas informações começam a circular rapidamente também e logo um monte de gente já está comentando a respeito, na rede", aconselha.
O webdesigner Luís Carlos Rubino também é escolado nas maldades virtuais. Intrigado com a quantidade de mensagens não solicitadas que recebia, resolveu criar um e-mail-armadilha. "Fiz uma conta gratuita, em um provedor qualquer e, a partir dela, respondi quatro ou cinco desses spams", conta ele. O objetivo era testar aquela história, repetida à exaustão nos fóruns de segurança, de que "não se deve responder a spams".
Rubino, então, constatou o risco: "Na semana seguinte, a quantidade de spams triplicou. Não se deve mesmo responder a essas mensagens". A estratégia é maliciosa: muitas das missivas trazem, no rodapé, a seguinte notificação: "Se você não quiser mais receber este informativo, responda este e-mail". Quando isso acontece, se o usuário clica, o endereço pode ir parar em outros mailings, destinados a novos ataques.
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