O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, disse em entrevista à rede de TV CNN em espanhol que "os tempos mudaram" e que, agora, o Brasil "é uma potência econômica e uma peça-chave no cenário internacional". O americano disse ainda que ele e o colega brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, "deveriam ser parceiros".
O presidente Lula e o colega americano, Obama, durante conversa no Salão Oval
"Minha mensagem mais importante é a de que vivemos no século 21. Os tempos mudaram. Um país como o Brasil é uma potência econômica e uma peça-chave no cenário mundial. A minha relação com o presidente Lula é a de dois líderes que têm grandes países, que estão tentando resolver problemas e criar oportunidades para nossos povos, e nós devemos ser parceiros. Não existem parceiros sênior e parceiros junior."
Obama destacou a importância que percebe no Brasil ao comentar a desconfiança com que os latino-americanos veem os EUA. Nesta quinta-feira, o presidente iniciou uma visita oficial ao México a sua primeira, na América Latina. De lá, ele irá a Trinidad e Tobago, participar da 5ª Cúpula das Américas ao lado dos outros 33 líderes do continente.
"Não quero exagerar no grau do sentimento antiamericano. Eu acho que essas coisas têm altos e baixos", afirmou Obama. "Há uma tradição de preocupação em relação ao rigor dos EUA nas políticas direcionadas à América Latina. E isso não apareceu só no governo Bush [2001-2008]. Isso data da doutrina Monroe."
Em dezembro de 1823, o presidente americano James Monroe (1817-1825) lançou a doutrina que declarava o Hemisfério Ocidental sua zona de influência e que ficou conhecida pela frase: "A América para os americanos".
Os laços entre Obama e Lula apareceram ainda antes da eleição do americano, no final do ano passado, quando o brasileiro declarou apoio à candidatura dele. Menos de uma semana depois da posse, Obama telefonou para Lula e o convidou para ir à Casa Branca, em março, convite que o brasileiro aceitou e cumpriu foi apenas o terceiro líder a visitar o americano.
Dias depois, na reunião do G20, em Londres, Obama foi flagrado dizendo, em uma conversa informal, que Lula era "o cara" e "o político mais popular da Terra". Depois, em Brasília, Lula comentaria a cena dizendo que Obama é "um cara legal".
CUBA
Na entrevista, Obama defendeu as mudanças que realizou nas relações com Cuba e reagiu às declarações do ex-ditador cubano Fidel Castro, para quem a ilha "jamais estenderá suas mãos pedindo esmolas".
"Eu não espero que Cuba peça esmolas. Ninguém quer que ninguém peça esmolas. O que procuramos é um sinal de que ocorrerão mudanças nas ações de Cuba que garantirão que prisioneiros políticos sejam soltos que as pessoas poderão dizer o que pensam livremente que elas poderão viajar que elas poderão escrever e ir à igreja e fazer coisas que pessoas de todo o hemisfério podem fazer e não se dão conta."
Nesta segunda-feira (13), Obama derrubou restrições impostas em relação a Cuba sobre a duração e frequência de viagens de cubano-americanos que vivem nos EUA para a ilha e o envio de dinheiro e de produtos como roupas e equipamento de pesca, entre outros itens. "Demos um importante primeiro passo."
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