Um especialista em autismo pediu que o britânico Gary McKinnon, acusado da maior operação de pirataria virtual da história dos Estados Unidos, não seja extraditado para o país. A solicitação foi feita em uma entrevista coletiva em Londres, nesta quinta-feira (15).
O especialista Simon Baron-Cohen, professor da Universidade de Cambridge, afirmou que McKinnon, 42, invadiu os computadores porque sofre da síndrome de Asperger, um tipo de autismo. O pirata virtual pode pegar até 70 anos de prisão em uma penitenciária de segurança máxima dos EUA.
McKinnon foi acusado de entrar ilegalmente em 97 computadores da Marinha e do Exército americanos, da agência espacial Nasa e do Pentágono entre fevereiro de 2001 e março de 2002 ações que ele mesmo confessou, sob alegação de que não tinha má intenção.
Segundo Baron-Cohen, o que McKinnon fez foi "a atividade de alguém que sofre de um transtorno, e não pode ser considerado um ato criminoso."
O especialista explicou que o modo obcecado de agir de McKinnon é típico da "ingenuidade social" das pessoas que sofrem a síndrome de Asperger. A doença produz "uma visão estreita que faz com que, na busca da verdade, as pessoas não vejam as potenciais consequências sociais para as outras."
"Seu encarceramento seria questionável, porque alguém com a síndrome de Asperger dificilmente suportará esse entorno", disse o especialista.
Os americanos, que pedem sua extradição, afirmam que McKinnon tinha a intenção de influenciar no governo dos Estados Unidos por meio da intimidação e da coerção.
O hacker foi descoberto quando tentava baixar fotografias da Nasa que ele acreditava terem sido manipuladas para ocultar provas da existência de vida extraterrestre.
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