Hoje, mais do que nunca, não resisto ao desejo de presentear a todos os caros leitores deste portal, com um dos mais belos textos literários da modernidade mundial, convite oportuno e tentador para a nossa permanente reflexão. O belo, pão do espírito, também precisa ser repartido! Trata-se do coração (dádiva divina) e das leis (invenções ou invencionices humanas), dois referentes expressivos que sempre acompanham a nossa passagem pelo Planeta, nem sempre um de bem com o outro. Ei-lo:
"No meio de um trigal, que beira um rio de águas cristalinas, encontrei uma gaiola, e vi nela um pássaro morto ao lado de um copo sem água e de um prato sem sementes. Aquele pássaro morrera de sede na margem do rio e de fome no meio do trigal.
Enquanto olhava, vi a gaiola transformar-se num corpo humano transparente, e o pássaro, num coração ferido. E ouvi uma voz, que saia da própria ferida, dizer: 'Sou o coração humano, prisioneiro da matéria e vitima das leis decretadas pelo homem. No meio dos campos da beleza, à margem dos rios da vida, fui encarcerado na gaiola das leis artificiais, pelas quais se pretende governar os sentimentos. Em meio às belezas das criaturas e aos campos do amor, morri de privação pois tudo que desejo é considerado vergonhoso, tudo que almejo é ilícito... Sou o coração humano. A noite das tradições me envolve as cadeias das quimeras me prendem. Morri desprezado ante uma sociedade endurecida e indiferente.' (Khalil Gibran (1893-1931), Uma Lágrima e um Sorriso)"
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