"Essa juventude tem que parar de ficar só pendurada na internet. Tem que voltar a assistir TV e ouvir rádio." Posta à prova, a declaração feita pelo ministro Hélio Costa (Comunicação) foi reprovada pelos internautas. Em enquete realizada pela Folha Online entre 20 de maio e 3 de junho, 4.293 dos 5.284 votantes (81%) disseram não sentir vontade de trocar computador por televisor.
O discurso nostálgico de Costa, 69, foi feito no dia 19 de março, na cerimônia de abertura do 25º Congresso Brasileiro da Radiodifusão, em Brasília. O congresso é organizado pela Abert (Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão). Pré-candidato ao governo de Minas Gerais pelo PMDB, Costa começou sua carreira como radialista. Também foi jornalista da TV Globo.
Em 2008, o diretor de engenharia da emissora carioca, Fernando Bittencourt, resumiu a dificuldade dos conglomerados de mídia em se adaptar às novas tecnologias: "Éramos felizes e não sabíamos", disse, em um congresso de TV digital. "Há dez, 15 anos (...) a única forma de ver televisão era pelo ar", explicou.
Nos EUA, grupos de mídia também tentam embarcar no bonde do conteúdo on-line --alguns, com sucesso. É o caso do site Hulu (www.hulu.com), que tem à frente a News Corp. (dona da Fox) e a NBC Universal e reúne séries, vídeos e filmes --vários em alta resolução-- para o público norte-americano. Contrário às previsões iniciais, provenientes do Vale do Silício, de que seria um desastre épico, o Hulu desponta como uma forte ameaça à hegemonia do YouTube.