Para entender a nova onda
Google leva a melhor sobre Microsoft com ferramenta que pode revolucionar a comunicação
E-mail, redes sociais, comunicadores, textos e imagens compartilhados convergem para o mesmo ambiente no Wave
Na última semana, enquanto a Microsoft anunciava o lançamento do Bing, nova versão do Live Search, seu serviço de buscas, o Google, líder desse mercado, olhava para o futuro anunciando o Google Wave, ferramenta que, se cumprir o que promete, pode revolucionar a comunicação instantânea na internet. A guerra entre as duas gigantes teve mais uma batalha com o lançamento da Microsoft parecendo brincadeira de criança pré-histórica diante da plataforma apresentada pelo Google. Ainda não há data de lançamento, mas, quando estiver disponível para usuários, o Wave deve reinventar a maneira como as informações são compartilhadas na grande rede – engolindo e-mails, comunicadores instantâneos, microblogs e redes sociais. Alguém aí falou em dominar o mundo?
À primeira vista, o conceito do Google Wave pode soar complicado. Mas os engenheiros da empresa juram que a coisa é bem mais simples do que parece. Na verdade, o e-mail, como o conhecemos hoje, mudou muito pouco desde que foi inventado, há mais de 40 anos, antes mesmo da internet. A pergunta por trás da criação do Wave foi: “Como seria o e-mail se fosse inventado hoje?”. A resposta foi a ferramenta colaborativa que concentra tudo em um lugar só. É uma evolução do conceito bacana do Gmail, que organiza os e-mails, agrupando-os em “conversas”.
Com o Wave, a ideia é agrupar tudo em “ondas”. Exemplo: você está fazendo uma pesquisa sobre Belo Horizonte. Daí cria a onda, que vai recebendo colaborações de seus amigos. Eles acrescentam fotos, links, textos, vídeos, tudo reunido na mesma onda, disponível on-line. Para fazer isso, hoje, o usuário usa uma comunidade do Orkut, um aplicativo do Facebook, um post no Twitter, uma busca no Google, manda um e-mail para alguém, conversa com outro no MSN e fica tudo disperso. Se a união faz a força, o Google Wave roubou a ideia.
Como o Google vai ganhar dinheiro com o novo brinquedo ainda não ficou claro. Mas o fato de propor que a ferramenta seja aberta é bastante significativo. Aproveitando a boa vontade da comunidade de desenvolvedores (normalmente fanáticos pelo Google) que usa a própria web para existir, novas possibilidades podem ser agregadas à nova onda. Com Orkut e YouTube também integrados à empresa de Mountain View, o que pode vir a partir daí tem tudo para surpreender. Em futuro próximo, ao que tudo indica, convergência pouca é bobagem.
BINGAR
O nome é simples e pode virar verbo. Pelo menos é o que a Microsoft quer com seu buscador Bing, que vem para aposentar o Live Search e concorrer diretamente com o Google (que, aliás, já virou verbo). Já disponível em fase beta, o Bing promete nova abordagem e ferramentas intuitivas, com foco em quatro áreas: decisão de compra, planejamento de viagens, saúde e negócios regionais. O serviço, no ar desde ontem, anuncia resultados relevantes e sugere experiência mais organizada e simplificada. Na prática, a busca em português ainda é restrita. Para experimentar esses novos recursos, é preciso procurar por termos em inglês.www.bing.com