Usuários cadastrados podem reportar atividades ilegais por e-mail a partir das câmeras instaladas na divisa
LONDRES - Os Estados Unidos revelaram uma arma considerada incomum no combate ao tráfico de drogas e contra a imigração ilegal na fronteira com o México. Segundo o jornal britânico The Guardian, qualquer pessoa com acesso a internet pode se tornar um vigilante virtual dos mais de 2 mil quilômetros da divisa entre os dois países com o auxílio de câmeras instaladas em toda a extensão.
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O jornal afirma que mais de 100 mil usuários de internet já se cadastraram para reportar atividades suspeitas. Uma vez logados, os voluntários passam horas estudando o terreno da região e são encorajados a mandar e-mails para autoridades americanas em caso de ver qualquer pessoa caminhando, veículos ou barcos atravessando a fronteira dos EUA para o México.
As autoridades afirmam que desde novembro, quando foram instaladas mais de 200 câmeras, os e-mails de voluntários ajudaram na apreensão de mais de 900 quilos de maconha e a identificar 30 casos de "potenciais imigrantes ilegais", que foram impedidos de entrar no país. A maior parte das mensagem são de usuários de web do Texas, Arizona e Novo México, três dos quatro Estados na fronteira com o México.
Pessoas opostas ao projeto afirmam que ele é "a fronteira perfeita do Google" e que as câmeras fazem muito pouco para prevenir atividades ilegais na fronteira. "A segurança fronteiriça merece o trabalho de profissionais, não de assíduos em um pub de Perth" (cidade na Austrália), afirmou o senador do Texas Eliot Shapleigh, para quem o resultado é poucas prisões. As câmeras colocadas em áreas privadas e enclaves usados por traficantes de drogas e imigrantes custaram ao governo federal cerca de US$ 2 milhões, e são mantidas na internet com operações da companhia BlueServo.